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Pediatra é indiciado por homicídio culposo após morte de bebê durante consulta em Vila Velha

A Polícia Civil (PCES) concluiu o inquérito que investigava a morte de um bebê de 35 dias ocorrida durante uma consulta em uma clínica particular de Vila Velha, em julho deste ano. O pediatra responsável pelo atendimento foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O Ministério Público também ofereceu denúncia pelo mesmo crime.

O caso aconteceu no dia 21 de julho de 2025. O bebê, levado pelos pais para uma consulta de rotina por suspeita de refluxo, começou a passar mal durante o atendimento. A família é de Aracruz e buscou o pediatra na Grande Vitória por ser considerado referência nesse tipo de tratamento.

De acordo com o boletim de ocorrência, o menino chorou bastante durante a consulta, e o médico orientou a mãe a amamentá-lo. Após cerca de 20 minutos, a família voltou à sala e o médico percebeu que o bebê havia defecado. Ele, então, decidiu por conta própria levá-lo até uma pia dentro do consultório para limpá-lo.

Segundo a polícia, a forma como o médico manipulou o bebê foi decisiva para o desfecho trágico.

“A gente constatou que ele manipulou o bebê de forma indevida. Ele levou o bebê a broncoaspirar o leite materno que ele havia acabado de ingerir. Ele foi colocado em uma posição de barriga para baixo, com a cabeça para baixo e que o bebê vomitou e broncoaspirou o próprio vômito. Durante os 2 minutos que ele prosseguiu com essa limpeza, quando voltou com o bebê para a maca, ele silenciou e já estava cianótico (roxo)”, disse o delegado adjunto da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Glalber Queiroz.

Ao perceber que o bebê estava roxo, o médico iniciou manobras de reanimação e acionou o Samu. Mas, conforme depoimentos dos socorristas, ao chegarem ao local o pediatra deixou a sala sem explicar o que havia ocorrido. A polícia apurou ainda que, após o episódio, ele deixou de acompanhar o atendimento da equipe de resgate e voltou a atender outros pacientes.

“Ouvimos todas as pessoas que estavam lá no dia, todos os funcionários e os atendentes do Samu. Concluímos que o médico contribuiu diretamente para a morte do bebê, de forma imprudente e negligente. Imprudente ao manipular indevidamente um bebê com sintomas de refluxo, recém-amamentado, e negligente por se omitir de seu dever de cuidar da vítima ou acompanhar a equipe do Samu”, informou a DPCA.

O bebê morreu após mais de uma hora e meia de tentativas de reanimação realizadas pelos socorristas.

Imagens do consultório

A polícia também analisou as câmeras internas da clínica, mas o laudo não permitiu concluir se os registros foram apagados ou se não gravaram o momento exato do fato. Poucas imagens foram recuperadas.

Em depoimento, o médico afirmou que nunca havia passado por situação semelhante, disse que sempre atuou da mesma forma e negou responsabilidade, alegando que a morte teria sido um acidente. Por ter colaborado com as investigações, ele respondeu ao inquérito em liberdade.

Agora, com o indiciamento concluído e a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o caso segue para a Justiça, que decidirá se o médico será processado e julgado.

Em nota, os escritórios dos advogados David Metzker, Mário de Oliveira Filho e Rodrigo Faucz, que representam o médico Adoris Loureiro Lopes, informam que “o atendimento prestado observou integralmente os preceitos médicos aplicáveis”.

“A defesa mantém plena confiança no Judiciário para que os fatos sejam analisados e a situação seja esclarecida de forma definitiva”, pontuou.

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