Mais um feminicídio “anunciado” na Grande Vitória. A morte de uma jovem identificada como Graziela, no bairro Bubu, em Cariacica, foi resultado de uma série de violência que a vítima vinha passando e, inclusive, com boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil e a jovem medida protetiva contra o autor.
“O crime poderia ter sido evitado”, afirmou a soldado da Polícia Militar do Espírito Santo, Lorena Nascimento, que é secretária da Mulher e Direitos Humanos de Cariacica. “O feminicídio de Graziela ontem a noite aqui em Cariacica não aconteceu de repente. Ele foi construído em três capítulos, que tinha tudo para ter um fim diferente”, publicou nas redes sociais a secretária.
No dia 7 de junho o agressor foi preso por esfaquear Graziela, e voltou a ser preso no dia 21 de julho por agredi-la com socos e ainda tentar desarmar os policiais no momento da prisão. Na noite de domingo (7) ele esfaqueou a ex-companheira cinco vezes.

“Houve alertas e chances de evitar essa tragédia. Não foi falta de ocorrência e nem ação dos militares, não foi falta de prisão. Foi falta de ação firma para impedir que esse homem voltasse às ruas. A prisão sozinha não basta, é preciso que a Justiça faça a sua parte. É preciso leis que garantam que o rescindente não tenha mais chance de repetir a violência”, criticou a secretária.
O assassino reconheceu o crime e disse que agrediu Graziela após eles discutirem. No ES, segundo o observatório da segurança pública, foram registrados esse ano 22 feminicídios, além de 53 homicídios dolosos contra vítimas mulheres.











