Quatro dias após a morte de Breno Rezende, de 25 anos, está preso o empresário Vilson Luiz Ballan, dono do bar onde o crime aconteceu. Ele se apresentou à Polícia Civil (PCES) após negociar, por meio advogados. Ele não respondeu perguntas no interrogatório e disse que só falará em juízo.
“Desde o momento que aconteceu (o crime), fizemos contato com os delegados Ricardo (Almeida) e Ramiro (Diniz). A Polícia Civil, através da DHPP Vitória, intensificou as investigações, tentou de toda forma efetuar a prisão em flagrante, mas não foi possível, não o encontramos. Então foi pedida a prisão temporária por 30 dias. Ele está preso, se apresentou porque percebeu que não tinha para onde fugir. Onde ele fosse iríamos encontrá-lo. O melhor caminho, ele entendeu, que foi se entregar. Agora ele vai responder pelo crime e eu peço a pena máxima pra ele (40 anos de prisão)”, afirma o delega-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
Segundo o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, delegado Ramiro Diniz, desde o sábado (15), quando aconteceu o crime, a polícia já sabia qual veículo foi utilizado pelo suspeito durante a fuga.
Era nesse carro, apreendido na segunda-feira (17), que estava a faca usada no crime, entregue à perícia. O veículo estava na casa do irmão de Vilson, que foi ouvido. Outras testemunhas também já prestaram depoimento.
“Imediatamente, após o homicídio, a equipe da DHPP Vitória começou a procurá-lo. Fomos até o endereço dele, de familiares, de amigos, e não o encontramos. Ficou claro então, para nós, que se tratava de uma fuga após o crime no sábado. No domingo de manhã, já pedimos a prisão dele e já estávamos com o mandado. Passamos a fazer diligências para cumprir esse mandado de prisão. Percebendo que não tinha pra onde fugir e estávamos chegando cada vez mais perto, a defesa dele entrou em contato com a DHPP e negociou a apresentação. Ficou combinado e ele se entregou na terça”, diz Ramiro.
Apesar das imagens de videomonitoramento da distribuidora de bebidas onde aconteceu o crime, a Polícia Civil contou com ajuda de testemunhas para encontrar a faca (localizada na segunda) e o veículos do suspeito. Alguns detalhes do inquérito, que ainda está em andamento, não foram revelados pelo delegado.
De acordo com Ramiro Diniz, a defesa pediu para que Vilson não fosse exposto mais do que já havia sido. A investigação segue e, se ficar constatada a participação de outra pessoa, ela também será indiciada e presa, segundo Diniz.
Vilson tem algumas passagens antigas por posse de drogas, posse de armas e desacato a autoridade. Ele é do Paraná e houve um empenho da polícia para saber se ele não fugiria para outro estado. Ele responde por homicídio e, ao menos, duas qualificadoras.
A prisão dele pode ser prorrogada e convertida em preventiva. Vilson passará por audiência de custódia nesta quarta-feira (19).