Um pastor, de 65 anos, foi preso por abusar sexualmente de pelo menos seis vítimas, três delas sobrinhas do idoso. Os abusos aconteceram na casa do homem, na Serra, entre os anos de 2005 e 2012. A prisão ocorreu depois que uma das vítimas relatou o caso para a irmã. O idoso foi preso na última segunda-feira (27).
De acordo com a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), o idoso foi preso por meio da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), em cumprimento a um mandado de prisão preventiva pela prática do crime de estupro de vulnerável.
A titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Thais Cruz, explica que, apesar do tempo, os crimes não foram prescritos e podendo realizar a prisão preventiva.
Thais Cruz destaca que, na última quinta-feira (23), quatro vítimas foram à delegacia representadas por uma advogada. “Essa advogada foi até lá representando quatro vítimas. Depois delas, outras duas apareceram e acreditamos que outras mais possam aparecer”, declarou.
Atualmente as vítimas têm entre 18 a 28 anos. A denúncia foi realizada depois que uma jovem contou para a irmã o que sofreu na infância. “Essa moça estava fazendo acompanhamento psicológico e em determinado momento teve coragem de contar para a irmã. A partir disso, elas entraram em contato com outras meninas que frequentavam a casa desse pastor no mesmo período e descobriram que existiam outras vítimas”, relatou.
Abuso na infância
A delegada ressalta que, como os abusos ocorreram na infância, muitas meninas não compreendiam que estavam sendo vítimas de um crime. “Uma delas só foi entender recentemente que foi vítima, já na faculdade foi que ela compreendeu o que aconteceu na infância. Umas das meninas perguntou se ela não achava estranho ele colocar a menina no colo dele, entre outras ações”, disse a delegada.
Thais Cruz relatou também que, entre as ações criminosas, o pastor passava a mão nas parte íntimas das vítima, colocava as meninas no colo, dando beijos na boca, e algumas delas eram obrigadas a realizar sexo oral nele.
“Ele tinha uma casa com piscina e, apesar de dizer que é pastor, essas vítimas não eram da igreja dele, eram vizinhas. Eles (pastor e família) têm uma casa grande com piscina, e ele pedia aos pais das crianças para liberarem as meninas para tomar banho de piscina e brincar na casa com as filhas dele, apesar da diferença de idade. Como ele estava acima de suspeita, pastor, casado, boa família, os pais confiavam”, declarou.
Ainda de acordo com a delegada, na época o suspeito estava realizando obras na residência, e levava as meninas para o local, onde cometia os crimes. “Nessa casa em construção, as crianças brincavam e ficavam sujas, ele dava banho nas meninas depois e era o momento que as obrigava a fazer sexo oral. Além disso, ele colocava um pano na entrada para as outras crianças não verem, e lá ele sentava as meninas no colo dele e dava beijos”, ressaltou.
Thais Cruz mencionou que o homem usava a brincadeira nas piscinas para passar a mão nas partes íntimas das crianças. “Ele fazia um redemoinho na água e nesse momento passava a mão nas partes íntimas das crianças”.
Questionada sobre a esposa do suspeito, a delegada esclareceu que não há indícios de que a esposa do pastor cometesse crime de omissão. “Quando conversamos com as vítimas, todas elas informaram que, em todas as ocasiões, a mulher não estava presente. Não temos indícios de participação ou conhecimento dela sobre o crime”.
A delegada reforçou que o suspeito segue preso preventivamente no Centro de Triagem da Serra e as investigações vão continuar. “Acreditamos que outras vítimas possam aparecer”.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, deixou um alerta para os pais. “Pedimos que os pais fiquem de olho nas suas crianças. Muitas vezes o pai é humilde, não tem uma casa com piscina ou condições de oferecer aquilo para o filho e deixa a criança ir, mas tomem bastante cuidado, porque crimes como esses causam rachaduras nas mentes das crianças e eles nunca mais voltam a ser as mesmas”, declarou.