Dólar Em baixa
5,670
21 de março de 2025
sexta-feira, 21 de março de 2025
Vitória
23ºC
Dólar Em baixa
5,670

Presos do segurança máxima denunciam, por carta, incentivo à morte em cadeia do ES

Para o controle da quantidade de internos nas unidades prisionais do Espírito Santo será necessário morrer muita gente. E, segundo carta escrita por preso do Presídio de Segurança Máxima I, em Viana, endereçada ao governador Renato Casagrande (PSB), tem sido incentivado isso na unidade.

A carta, escrita no dia 20 de outubro de 2023, denuncia que servidores estariam colocando nos mesmo setores da unidade, pessoas que seriam rivais do lado de fora do sistema prisional, levando ao cometimento de crimes.

Segundo o detento, sempre houve dentro do sistema prisional capixaba uma divisão, em que presos de facções rivais não se misturavam para evitar conflitos. Porém, há dois meses essa separação tem sido dissipada, como aponta o detento. “Há um tempo, mais ou menos dois meses, a direção da unidade está misturando as facções, sabendo que pode ocorrer uma grande tragédia dentro dos presídios capixabas, como a que aconteceu em 2017, no norte em que centenas de detentos perderam a vida”.

No ano de 2017 o estado capixaba ganhou destaque nacional devido às rebeliões que culminaram em mortes brutais – incluindo decapitações. Na época, no entanto, a superlotação nas unidades e as prisões em contêiners, motivaram os motins e assassinatos.

Na carta, é denunciado ainda que no dia 17 de outubro, o diretor-geral dos presídios do Espírito Santo – denominado Ribeiro – oprimiu os presidiários afirmando que os deixaria se matarem. Em trecho é relatado:

“Ribeiro veio na unidade oprimindo a gente, falando que se nos matarmos vai ser bom porque vai esvaziar a cadeia que está lotada, e que não tem ninguém preocupado com a gente, a não ser nossa família que está fazendo protesto para não nos misturar”..

Relação entre o aumento da violência nas prisões e o descaso das autoridades

Para os detentos, há relação direta entre o aumento da violência nas prisões e o descaso das autoridades. “Morreu um (detento) que os agentes colocaram em lugar que não era propício para ele e se continuar fazendo isso, cada vez mais vai piorar a situação”.

O caso citado se refere ao incidente com um detento no dia 9 de outubro, morto após se envolver em uma briga durante o banho de sol na PSMA I. Três dias depois mais um detento sofreu tentativa de homicídio por outros três internos dentro da Penitenciária de Segurança Máxima 2, também em Viana.

“A SEJUS está brincando com nossas vidas, como se fôssemos bichos”, afirma o detento.

A carta é dedicada ao governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, a quem os detentos apelam intervenções e a volta da separação. “Estamos pedindo ao governador Renato Casagrande, que é hoje a autoridade maior do Estado e é um homem humano, para que possa estar resolvendo esse pequeno problema que somos para você. É só ficar cada um em sua cadeia que vamos poder viver sem ter que lutar para sobreviver”.

Carta na íntegra

Presos do segurança máxima denunciam, por carta, incentivo à morte em cadeia do ES
Foto: ESHoje

Sejus garante monitoramento, sem divisão

A Secretaria da Justiça (Sejus), por nota, informou que para garantir a segurança nas unidades prisionais, os apenados são divididos de acordo com o perfil e o regime de cumprimento da pena. “As ações de segurança são realizadas em consonância com a Lei de Execução Penal (LEP) que indica, no artigo 6º, a necessidade de uma Comissão Técnica de Classificação (CTC) para a individualização da pena e o devido tratamento penal à pessoa presa”.

A Sejus ressalta que, além do acompanhamento operacional realizado por inspetores penitenciários nas unidades, a Subsecretaria de Inteligência Prisional também realiza o monitoramento de toda a massa carcerária. “A Secretaria reitera, ainda, que mantém o controle de todos os estabelecimentos penais do Estado e que não realiza a separação de internos em galerias por autodeclaração de participação em facções ou organizações criminosas“.

Denúncia de irregularidade nas unidades prisionais são registradas e apuradas pela Corregedoria da pasta. “Reclamação sobre maus tratos à população carcerária pode ser feita por meio do telefone (27) 3198-0361 ou em denuncia.corregedoria@sejus.es.gov.br.”, conclui a nota.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários
  1. máxima 1 é um caos agentes que acham donos do mundo que pode tratar tanto os PRESOS TANTO OS FAMILIARES pior que animais

    castigos sem fundamentos humilhação e covardia
    acordando os presos bombas e tiros de borracha
    tirando que vivem falando que querem que todos se matem

    naquela máxima 1 e 2 são presídio como se fosse uma escola do crime vc entra sabendo a roubar sai sabendo a matar traficar e outras coisas mais
    o governo só olha pra lá quando começa a morrer vários presos como tá acontecendo nos últimos meses por brigar de gangues

  2. Nessa máxima 1 eles erram quando falam em resocializacao, eles ali pioram o comportamento do preso ,parece que os agentes tem raiva da profissão ,ou pode ser até medo de um preso por se aproveitar da fragilidade do preso no momento, ele com o armamento que tem e treinamento que fazem podem sim fazer um trabalho de qualidade não o que tem oferecido e atrapalhado mais ainda a resocializacao ,desta maneira o detento por exemplo os da máxima 1 saem pior do que entram precisa que os órgãos competentes entrem e façam uma averiguação de qualidade e coloque gente na direção que queira contribuir com o espírito santo.Os familiares agradece pq querem seus parentes de volta mas pessoas melhores não pior igual esta acontecendo no momento. Deus amou a todos e a todos deu oportunidade de se reconstruir .O ser humano na terra não pode julgar ninguém e achar que é melhor .

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas