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Mais de 70% dos empresários do ES têm dificuldade para acessar crédito emergencial

Mais de 70% dos empresários do ES têm dificuldade para acessar crédito emergencial
Foto: Agência Brasil

Muita burocracia, exigência de garantias reais e pouco dinheiro. Essa é a principal reclamação de empresários capixabas com relação às linhas de créditos emergenciais do Governo do Espírito Santo para o enfrentamento da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). De acordo com a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) mais de 70% dos empresários não estão conseguindo acessar os recursos, sobretudo a linha de Capital de Giro Emergencial Covid-19, de até R$ 31,5 mil.

“Os anúncios acontecem, mas o dinheiro não chega ao empresário e as exigências até cresceram. Fizemos uma pesquisa aqui no Estado e mais de 70% dos empresários não estão conseguindo acessar os recursos. Exigências como certidões negativas, exigências de garantias reais, torna, praticamente, impossível, acessar o crédito. E a vale a máxima de que o banco empresta para quem não precisa. Quem está pegando é o empresário que não está com dificuldade, mas tem condições melhor de superar esse momento”, declarou Léo de Castro, presidente da Findes.

Empresário do ramo de academia, Leon Sayegh afirma que está há 30 dias tentando conseguir o empréstimo, mas vem esbarrando em diversas burocracias. Ele conta que o ano de 2020 estava sendo o melhor desde o início da empresa no Espírito Santo (2010) e que continuará tentando o crédito, cujo limite considera muito baixo.

“É inviável [esse limite de crédito de R$ 31 mil]. É um ramo que tem custos altíssimos, de locação, energia e folha, pois são áreas grandes. Até agora não consegui o empréstimo. Toda a hora eles mandam negativas pedindo mais documentos ou exigindo garantias reais, o que dificulta muito para o empresário”, lamenta.

“Valor não dá pra fazer nada”

Klaudia Bahone, empresária do mesmo ramo tentou de imediato recorrer aos bancos particulares em que tinha conta, mas a taxa de juros e o valor oferecido não atendiam à sua demanda. “Nos bancos privados o dinheiro está caríssimo. Esse dinheiro que o governo falou que chegou aos bancos particulares ninguém está sabendo para onde foi, porque o que estão oferecendo é absurdo: valor baixo e juros altos”, explicou ela, que acabou recorrendo ao Bandes.

“Não sou cliente do Banestes, então entrei em contato com o Bandes. Mas o valor que eles estão oferecendo, de R$ 30 mil, não dá para fazer nada. O problema maior é a quantidade de documentação, a burocracia e o dinheiro liberado, que é muito pequeno para a quantidade de tempo fechado”, explicou.

Até mesmo o vice-presidente da Findes, José Carlos Zanotelli, que é empresário do ramo de indústria e fabricação de tintas, fez três solicitações diferentes de crédito, duas delas ao Banestes, mas até agora não conseguiu a resposta de nenhuma delas.

“Nossa empresa solicitou ao Banestes prorrogação do empréstimo que tínhamos e abertura de uma nova linha de crédito. Essa linha nova de crédito ninguém tá conseguindo. É muito burocrático e exige garantias reais”, afirma.

Solicitações de microcrédito chegam a 10,5 mil

De acordo com o presidente da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), Alberto Farias, foram até o momento quase 10,5 mil solicitações do Microcrédito Emergencial Covid-19 (juro zero), cujas propostas têm valor de até R$ 5 mil. Destas, 8.243 são microempreendedores individuais (MEIs). Cerca de três mil das propostas devem ter o dinheiro liberado até esta quarta-feira (20). “Ainda não foram liberadas pelos entraves burocráticos”, explica ele.

Já com relação ao Nossocrédito Emergencial, linha que empresta até R$ 20 mil a juros modestos, e que existia antes da pandemia, cerca de 2.800 empresários já foram contemplados, inclusive alguns que pleitearam também o Microcrédito Emergencial Covid-19. Já foram emprestados R$ 29,2 milhões até o momento.

“Temos empréstimos médios de R$ 10,1 mil para micro e pequenos empresários. Essa é uma modelagem mais tranquila porque não é nova como as outras e já tem um ritmo, o sistema já está adaptado, já sabe o que fazer. Temos parte das pessoas que pleitearam as duas linhas”.

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