As doenças cardiovasculares (DCV) são líderes de mortalidade no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração e cerca de 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país. São cerca de mil óbitos por dia.
No Estado do Espírito Santo, os problemas cardíacos estão presentes como comorbidades (doença independente e adicional a uma outra existente) em mais da metade do número de mortos por Covid-19. Os dados são do Painel Covid-19 do Governo do ES. Das 12.019 pessoas que morreram por coronavírus desde o início da pandemia, 6.306 já tinham doenças cardiovasculares pré-existentes.
A proporção pode assustar, mas é visível na maioria dos Estados que mantém um sistema de informação disponível pela internet e com recorte para cada comorbidade associada à doença.
Inflamação
Tatiane Mascarenhas Santiago Emerich, cardiologista e presidenta da Sociedade Brasileira de Cardiologia no Espírito Santo, alerta: “a Covid-19 pode por si inflamar os músculos do coração. Para quem possui uma DCV, mesmo que já tenha se vacinado, é preciso redobrar os cuidados contra o coronavírus, pois um equilíbrio conquistado com um conjunto de medicamentos pode ser perdido rapidamente contraindo a Covid-19, levando o paciente a óbito”.
Por se tratar de uma patologia incurável, as DCV precisam ser controladas por medicamentos que variam de pessoa a pessoa para manter o equilíbrio possível de taxas de diferentes elementos que compõem o sangue e influem na saúde do coração e dos vasos sanguíneos.
“O paciente com DCV já tem uma fragilidade. Como a Covid-19 é uma doença inflamatória que compromete sistema após sistema do corpo humano. Quem já possui uma fragilidade tem uma chance muito grande de desenvolver sua versão mais grave e muitas vezes chegando ao falecimento”, fala a especialista.