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Líder em exportação de rochas, ES recupera setor, mas ainda enfrenta obstáculos

O Espírito Santo se consolida como o maior produtor e exportador de rochas ornamentais do Brasil, representando 82% das exportações nacionais. Nos últimos dois anos, considerando o faturamento com as exportações no primeiro semestre, o estado registrou aumento de 17%. Foram US$ 399 milhões em 2019, contra US$ 471 em 2021.

Em todo o país, no primeiro semestre de 2021, as exportações registraram um faturamento de US$572 milhões, um aumento de quase 44% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os números indicam para a recuperação do setor que, em 2020, com o impacto da crise sanitária causada pela Covid-19, faturou US$ 397 milhões. Os dados foram divulgados pelo Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), entidade que reúne 101 empresas do setor.

O presidente do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado do Espírito Santo (Sindirochas), Tales Machado, aponta que os números são ainda maiores quando excluídos os blocos, que são materiais brutos. Ou seja, quando analisados apenas os materiais acabados, isto é, entre as chapas industrializadas e as obras com os materiais prontos, o estado concentra 95% das exportações brasileiras.

“O motivo do sucesso é que a industrialização do setor é capixaba. A concentração de empresas e a geração de empregos está aqui no nosso estado”, explica o presidente.

São gerados, em média, 20 mil empregos diretos e 100 mil indiretos. O setor está presente em todos os 78 municípios capixabas, “seja uma jazida, uma indústria ou as pequenas marmorarias”, como garante Machado. Além disso, o setor corresponde a cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.

Apesar dos números, obstáculos ainda existem

O presidente do Sindirochas, no entanto, ressalta que alguns obstáculos ainda precisam ser superados neste período de retomada dos resultados. Ele explica que a pandemia provocou, em geral, uma grande queda nas exportações. Entretanto, com a recuperação neste ano, o setor se deparou com uma demanda reprimida.

Além disso, o aumento da demanda internacional faz com que o país precise de um fluxo de contêineres, uma medida balanceada entre os equipamentos de transporte que chegam (importações) e saem (exportações) do território.

“Com o crescimento do mercado asiático, houve uma diminuição da frequência de importações para o nosso país. Isso gerou uma oferta menor de contêineres”, relata.

Machado afirma que o setor de rochas e de café, produtos genuinamente capixabas, enfrentam dificuldades semelhantes: a necessidade de maior estruturação dos portos capixabas. “Grandes navios não têm possibilidade de embarcar no estado porque o Espírito Santo não tem um porto de águas profundas que trabalhe com contêiner”, comenta.

Líder em exportação de rochas, ES recupera setor, mas ainda enfrenta obstáculos
Portos capixabas operam por cabotagem. Foto: Imetame/Divulgação

Ele conta que todas as importações são feitas por cabotagem. “A embarcação é feita em Vila Velha e vai para o porto de Santos (SP). De lá, ocorre a passagem para um navio grande, que vai para o destino final”, detalha.

Neste percurso de cabotagem, os navios carregam também os produtos de outros estados do litoral brasileiro. “Se a demanda nesses estados, como Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia for muito grande, ocorre a omissão, quando o navio não faz parada no nosso estado”.

Em razão dos problemas estruturais observados, como a omissão dos navios, pesquisas informais do Sindirochas apontam que, no mês de junho, de 30% a 40% das exportações não foram embarcadas. Com este percentual, o país deixou de faturar cerca de US$ 40 milhões, segundo Machado.

O presidente defende maiores investimentos. “Claro que são questões complexas, mas devido à importância das rochas e do café, que geram empregos e movimentam a economia capixaba, os setores deveriam ter uma atenção especial”, declara.

Foto em destaque: Divulgação/Gramazini

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