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Infarto agudo do miocárdio é a principal causa de morte cardíaca no Espírito Santo

Entre janeiro e julho de 2020, pelo menos 12 mil pessoas precisaram passar por atendimento hospitalar por causa de problemas cardíacos no Espírito Santo, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).  Entre as mortes causadas por problemas cardíacos, o infarto agudo do miocárdio foi a principal causa dos óbitos até agosto. No Dia Mundial do Coração, promovido no dia 29 de setembro, profissionais defendem a importância da prevenção às doenças cardíacas, por meio de ações individuais e coletivas que devem começar na infância.

De janeiro a agosto de 2020, 1.059 pessoas morreram em decorrência do infarto agudo do miocárdio no ES. A aterosclerose, doença causada pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias, é a motivação do infarto, como explica o professor do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Ufes, José Geraldo Mill. “É um processo bastante lento. A aterosclerose é uma doença dos vasos sanguíneos que começa na infância e vai crescendo aos poucos”, explica.

O acúmulo das placas de gordura nas artérias pode estar associado tanto a fatores genéticos quanto ao estilo de vida do paciente. Aspectos como o tabagismo, o colesterol elevado, diabetes, sobrepeso e obesidade podem se tornar fatores de risco para o desenvolvimento da aterosclerose.

Um dos agravantes da doença é o desenvolvimento silencioso, já que ela não produz sintomas nos pacientes. Por isso, José Geraldo destaca a importância da prevenção, por meio de exames e melhoria da qualidade de vida. “As estratégias de prevenção precisam começar lá na infância […] não adquirindo o hábito fumar, praticando atividade física regular aeróbica, tendo uma alimentação saudável e a redução de estresse”, ressalta.

Risco para crianças

Problemas como a má alimentação e a falta de exercícios físicos já são percebidos desde a infância. Um estudo realizado com mais de 1900 crianças da Serra, com idade de 6 a 19 anos, mostrou que mais de 20% dos analisados já possui colesterol elevado. O estudo foi feito por pesquisadores da Ufes e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), em parceria com a Fundação Valle.

Desde 2014, a pesquisa estuda o conjunto de fatores de risco para doenças cardiovasculares entre as crianças. José Geraldo é coordenador do estudo e ressalta que as taxas de colesterol altas são um reflexo dos hábitos alimentares dessas crianças. “isso é preocupante e é muito motivado pelo alto consumo de produtos industrializados”, ressaltou.

A Covid e o coração

Um dos quadros clínicos mais conhecidos da Covid-19 são os problemas respiratórios, causados pela presença do vírus nos pulmões. Apesar de ser a manifestação mais conhecida, ela não é a causadora do maior número de mortes. De acordo com o quadro de Covid do Espírito Santo 58% dos óbitos pela doença foram de pacientes com comorbidades no coração.

A médica e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia no Espírito Santo, Tatiane Emerich, explica que a essa situação é recorrente devido ao vírus fragilizar o coração. “As pessoas com doenças cardiovasculares já sofrem com problemas de funcionalidade e o vírus desequilibra ainda mais. O órgão desenvolve uma insuficiência muito forte, por ter mais trabalho”, conta.

Outro fator frisado pela cardiologista é a ocorrência de trombose na micro e macro circulação sanguínea. Essa condição é resultado da formação de uma hipercoagulação. Isso afeta a circulação do sangue para o coração, o que pode ocasionar o óbito.

Ela também avisa que os remédios utilizados por pessoas cardíacas não prejudicam o tratamento enquanto a pessoa está contaminada. Segundo a médica a continuação do uso das medicações auxilia. “Se pararmos de medicar o coração fica ainda mais fraco”, conclui.

Pesquisas sobre o assunto ainda alertam a necessidade de seguir com acompanhamento médico pós cura da Covid. Pacientes curados já apresentaram miocardite, inflamação no músculo do coração que pode causar morte ao tecido.

“Recomenda-se que todos os curados do vírus conversem com seus médicos e façam acompanhamento. Essas complicações existentes após o contágio também podem causar arritmia e até morte súbita”, alerta Tatiane.

Com informações de Mikaella Mozer

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