Há dez dias para o fim da vigência do decreto que prorroga a suspensão das aulas presenciais das redes de ensino públicas e privada no Espírito Santo, em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), “ainda estão ocorrendo discussões específicas de planejamento e por isso a definição de retorno ainda não foi estabelecida”.
A informação é da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que é quem estabelece, junto da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), as diretrizes para as medidas administrativas e de segurança sanitária a serem tomadas pelos gestores das instituições de ensino no retorno às aulas presenciais. No último dia 8 foi publicada uma portaria conjunta entre as duas secretarias com as medidas.
A assessoria da Sesa, em nota, informou ainda que “assim que as definições estiverem pactuadas, o plano de retomada às aulas será divulgado”.
No final de julho, o governador do estado, Renato Casagrande (PSB), anunciou a prorrogação da suspensão das aulas presenciais até 31 de agosto. A decisão integra as medidas de prevenção à disseminação da Covid-19. Na Rede Estadual, estão sendo desenvolvidas Atividades Pedagógicas Não Presenciais (APNPs).
Aulas em setembro?
Por outro lado, mesmo sem uma definição, a rede de ensino privada capixaba, por meio do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), já estaria preparada para voltar de forma presencial a partir de 1º de setembro, mesmo não significando um retorno, já que quem autoriza é o Governo do Estado.
De acordo com o vice-presidente do Sinepe-ES, Eduardo Monteiro, o protocolo de medidas administrativas e de segurança sanitária do sindicato já está pronto há mais de dois meses. Após a publicação da portaria conjunta do Governo do Estado, o Sinepe-ES está realizando ajustes para se adequar.
“Poucos detalhes de modificação, um dado é a distância entre indivíduo, tem aferição de temperatura, mas são poucas e já estávamos munidos de documentos e as escolas já estavam se preparando pra isso, e agora com o protocolo oficial a gente está terminando as modificações”, contou Monteiro, explicando que o sindicato tem dialogado com o governo estadual e, juntos, definiram um retorno gradativo das aulas presenciais a partir de setembro. No entanto, ele destaca que é preciso esperar a divulgação oficial.
Além disso, o sindicato tem acompanhado, por meio de pesquisas, como acontecerá o retorno. Segundo Monteiro, dependendo do segmento existe um retorno de metade do público e, em outro, de até 70% com o desejo de voltar quando for autorizado, no entanto, não é um consenso.
“O retorno será gradual e a gente vai ter pelo menos metade desse grupo não retornando junto e as escolas com adesão do retorno terão que fazer escalonamento da frequência, porque o protocolo impede que as salas sejam como eram antes. Junto disso, o retorno também será escalonado e a gente tem uma dinâmica muito diferente, de acordo com a faixa etária e região dessa escola”, informou.
Vale lembrar que, no último dia 6, Casagrande disse que existe uma expectativa de volta às aulas no mês de setembro.No entanto, Casagrande ponderou que mesmo o estado, como um todo, estando com a média da taxa de transmissão da doença abaixo de 1, é preciso ter cautela para “bater o martelo”.