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Falta de saneamento gerou mais de 5 mil internações no ES em 2024

O Espírito Santo registrou 5.421 internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado em 2024, sendo que 3.176 estão relacionadas a alguma infecção propagada por um inseto-vetor, principalmente a dengue. Os dados são de pesquisa divulgada pelo Instituto Trata Brasil, nessa quarta-feira (19), antecipando o Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março.

De acordo com o estudo, em segundo lugar no estado estão as doenças de transmissão feco-oral (transmitidas peles fezes de um indivíduo infectado), como as gastroenterites causadas por vírus, bactérias ou parasitas, com 2.100 mil casos. Em todo o Brasil o número de internações ultrapassa os 344 mil.

Segundo o levantamento, em todos estados, com exceção de Tocantins e Roraima, a taxa de incidência ficou entre 15 e 25 internações a cada dez mil habitantes. Os estados em pior situação foram o Amapá, com 24,6 internações por dez mil habitantes, Rondônia, com 22,2 internações por dez mil habitantes, e o Pará, com 21,9 internações por dez mil habitantes.

Quando o assunto é mortalidade, as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste seguiram tendências ruins, com reduções pequenas ou crescimentos no número de óbitos por DRSAI. No sudeste, por exemplo, o número de óbitos cresceu 381 casos entre 2008 e 2023. Fazendo um recorte para o Espírito Santo, dentro deste periodo, foram registradas 95 mortes, sendo 78 em razão da ocorrência de doenças transmitidas por inseto vetor (dengue).

Para Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, os efeitos do saneamento nas DRSAI são duradouros e cumulativos ao longo do tempo. “É muito triste ver que no Brasil, país que será sede da COP-30 este ano, ainda aconteçam quase 350 mil internações por DRSAI. Precisamos priorizar investimentos que promovam o acesso a água tratada e coleta e tratamento dos esgotos se quisermos atingir as metas do Novo Marco Legal do Saneamento. Priorizar o tema hoje é ter um Brasil no futuro mais próspero e saudável”, destacou.

É importante frisar que o levantamento, intitulado “Saneamento é saúde: como a falta de acesso à infraestrutura básica impacta na incidência de doenças (DRSAI)”, analisou dados entre 2008 (início da série histórica) e 2024, considerando fatores como localização, idade, sexo e etnia das pessoas afetadas.

O que são às DRSAI? 

Falta de saneamento gerou mais de 5 mil internações no ES em 2024
Foto: reprodução/web

Apesar do nome complicado, as Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) são, infelizmente, muito conhecidas entre os brasileiros. São elas:

• Doenças de transmissão feco-oral, como diarreias, salmonelose, cólera, amebíase, febre tifoide, hepatite A, etc;

• Doenças transmitidas por inseto vetor, como a dengue, febre amarela, malária, doença de chagas, etc;

• Doenças transmitidas através do contato com a água, como esquistossomose e leptospirose;

• Doenças relacionadas com a higiene, como conjuntivite, dermatofitoses, etc;

• Geohelmintos e teníases, como ascaridíase, cisticercose, etc.

É importante destacar que tanto o número de internações quanto o de óbitos por DRSAI dependem da disponibilidade de saneamento: quanto maior a parcela da população de um município com acesso aos serviços de abastecimento de água e de coleta de esgoto, menores os números de internações e de mortes por essas doenças.

O estudo revelou ainda que tais doenças afetam com maior intensidade as populações de menor status socioeconômico. Importante destacar que, apesar de todas serem classificadas pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) como DRSAI, o saneamento não é a única causa para estas doenças. A dengue, por exemplo, é influenciada pela falta da infraestrutura, mas não é a sua única causa.

Mulheres, crianças e idosos são os mais afetados 

Em 2024, o país registrou um total de 344,4 mil internações por DRSAI. As mulheres responderam por 53% desse total, ou ainda 20,7 mil internações a mais que os homens. Já considerando os óbitos, em 2023, o país registrou um total de 11,544 mil óbitos por DRSAI. Desse total, 5,941 mil foram mulheres e 5,613 mil foram homens. Foram 328 mortes a mais entre as mulheres.

Já quando o assunto é a faixa etária, as crianças e os idosos são os mais atingidas pelas DRSAI. Em 2024, o país registrou um total de 70 mil internações entre as crianças de 0 a 4 anos de idade o que representou 20% do total de internações por essas doenças. Entre os idosos com mais de 60 anos de idade foram registradas 80,9 mil internações, ou 23,5% do total de internações por DRSAI.

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