Você já se perguntou o que mais leva as pessoas ao psiquiatra, ao psicólogo que mais vemos são pessoas com Transtornos relacionados ao Estresse, como a ansiedade e transtornos de humor como a depressão. Desafios no ambiente de trabalho, pouco descanso, lutos, rompimentos de vínculos, construção de autoestima. Mas você sabia que dentro dos assuntos relacionados à saúde da mente estão o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e um assunto delicado que é o transtorno alimentar. E é isso que o ES HOJE vai trazer na série de assuntos sobre o Janeiro Branco,
A psicóloga, Gisélia Freitas, relata que o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), é uma condição da saúde mental, que é caracterizada por obsessões, que são pensamentos intrusivos, recorrentes, e compulsões também, que são comportamentos repetitivos que a pessoa sente, a necessidade de realizar.
“O que são os sintomas? Existem as obsessões, tem as compulsões, as compulsões como lavagem excessiva, verificação repetitiva entre outros”.
Ana Paula Cunha, também psicóloga completa informando que o código internacional das doenças CID), tem o TOC como um dos transtornos de ansiedade. Esse transtorno se caracteriza com ideias e pensamentos intrusivos, comportamentos ou pensamentos repetitivos de forma obsessiva que vão além de manias e rituais.
Mas como compreender quando se torna uma doença? “Quando ocupa mais de uma hora do dia da pessoa, interferindo de forma negativa no cumprimento de suas atividades cotidianas. Dificuldades em se relacionar, em perceber o outro, o transtorno ansioso, a necessidade de controlar a rotina”.
Tratamentos
Gisélia explica que existem medicamentos que são inibidores seletivos de recaptação de serotonina, conhecidos como ISRS, antidepressivos e terapias.
“Temos a terapia cognitiva comportamental que funciona bastante, técnica de reconstrução, reestruturação cognitiva, que ajuda a modificar padrões de pensamento, distorcidos. Abordagens complementares, poderiam ser também técnicas de relaxamento, meditação, yoga, grupos de apoio, compartilhar experiência, isso tudo ajuda bastante nesse tratamento”, completou.

Transtorno alimentar
A especialista Gisélia Freitas destaca que os hábitos se transformam em manias e as manias se tornam comportamentos repetitivos quando o indivíduo sente a necessidade de realizar muitas vezes sem pensar. Quando essas manias estão relacionadas à questões como alimentação, o cenário se complica ainda mais.
“Essa transição pode ocorrer gradualmente, onde a prática inicialmente saudável se intensifica a tal ponto que começa a consumir o tempo e a energia da pessoa, criando um ciclo difícil de quebrar. Quando essas manias estão relacionadas à questões como alimentação, o cenário se complica ainda mais. Porque os distúrbios alimentares, por exemplo, muitas vezes se iniciam a partir de uma preocupação legítima com a saúde ou a aparência”.
A psicóloga ressalta que à medida que esses hábitos alimentares se tornam obsessivos, pode também resultar em comportamentos autodestrutivos, como a restrição extrema de alimentos. “Alimentos, compulsões alimentares ou práticas prejudiciais à saúde, como o uso excessivo de laxantes, enfim. Mas esse processo, muitas vezes, leva a uma deformação da auto imagem, onde a pessoa passa a ter uma visão distorcida de si mesma, incapaz de reconhecer a própria saúde e beleza. A imagem corporal pode ser, então, severamente afetada, levando essa pessoa a sentimentos de inadequação, insatisfação, porque a obsessão por um ideal, muitas vezes, irrealista, se instala ali, fazendo com que a pessoa se deteriorize dentro desse contexto, ou seja, fazendo com que a pessoa perca uma parte significativa, ou seja, fazendo com que a pessoa se desligue da própria realidade do seu corpo”, explicou.
Gisélia ressalta ainda que o transtorno alimentar pode causar não apenas danos físicos, mas também um impacto profundo na saúde mental, resultando em ansiedade, depressão e uma redução significativa da qualidade de vida.
“Essas manias aí repetidas, voltadas ao contexto alimentar, quando não ser conhecidas e abordadas podem transformar em hábitos originalmente benignos, com comportamentos perigosos, prejudiciais, e necessitando aí de atenção frequentemente, né, e de intervenção profissional também”, esclareceu.
Tratamento
A psicóloga ressalta que para o cuidado em relação aos distúrbios alimentares, os pacientes podem realizar tratamentos terapêuticos e também ajuda profissional com psiquiatras.
“Existem as opções como tratamentos cognitivos, trabalhos em grupos, tem a parte também de trabalhar a saúde mental, relaxamento, como ioga”.
A psicóloga finaliza dizendo que para tratamentos com medicamentos é necessário buscar ajuda de um profissional da psiquiatria, levando em consideração de que em alguns casos o paciente precise de medicações e acompanhamento com antidepressivos.