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O que é a esclerose múltipla, doença que acomete o secretário de Meio Ambiente do ES?

Recentemente o ex-deputado federal e atual Secretário de Meio Ambiente do Espírito Santo, Felipe Rigoni, anunciou nas redes sociais que está fazendo tratamento contra a esclerose múltipla. No relato publicado ele informou que foi diagnosticado com a doença em 2023, após sentir uma dormência na perna.

De acordo com o neurologista Alexandre Marreco, o termo “esclerose múltipla” se refere a várias áreas de cicatrização (esclerose) resultantes da destruição dos tecidos que envolvem os nervos (bainha da mielina) no cérebro e na medula espinhal. Essa destruição é chamada de desmielinização.

“Por algum motivo, o organismo da pessoa começa a atacar a bainha de melina, que é a capa que reveste o nervo, o neurônio, como se fosse uma capa, o revestimento de um fio, o encapamento do fio elétrico. E, atacando essas células, o sistema nervoso pode manifestar diferentes alterações, dependendo do local onde ela é cometida”, explicou.

Segundo Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), a estimativa é que o problema já atinja 35 mil brasileiros. No mundo são cerca de 2,5 milhões de pessoas que lidam com essa doença neurodegenerativa complexa. Cabe destacar que a patologia costuma acometer frequentemente adultos jovens na faixa etária entre os 20 e os 40 anos, principalmente mulheres.

O especialista explicou que o motivo capaz de levar uma pessoa a desenvolver a doença ainda é controverso. De acordo com ele existem vários fatores que influenciam no desenvolvimento da doença, como: predisposição genética, deficiência de vitamina D na infância, baixo consumo de alimentos como peixe e frutos do mar e tabagismo.

Outro fator que também pode ter relação de maneira significativa é a infecção na infância pelo Episten-Barr, um vírus capaz de desencadear uma mutação no DNA da pessoa que torna ela mais predisposta a desenvolver a patologia. “Em resumo, existem inúmeros fatores ambientais e genéticos. Essas multivariáveis somadas podem fazer a pessoa desenvolver a doença com maior facilidade que outras”, destacou.

Questionado sobre os sintomas, o especialista assegurou que eles podem variar bastante, pois dependem do local onde os surtos acontecem. “A pessoa pode ter alteração da visão, visão dupla, visão embaçada. A pessoa pode ter também alteração de sensibilidade, formigamento, dormência ou fraqueza repentina nos braços e pernas, perda de equilíbrio, entre outros”, relatou o médico.

“Pode acontecer da pessoa apresentar até mesmo alterações esfincterianas, ou seja, a pessoa pode ter de repente uma retenção de urina e fezes ou  apresentar dificuldade para manter o controle de ambas”, contou.

O diagnóstico precoce é a chave para uma boa qualidade de vida

O que é a esclerose múltipla, doença que acomete o secretário de Meio Ambiente do ES?
Foto: divulgação

Para o diagnóstico da esclerose múltipla são utilizados os Critérios de McDonald de 2017, que consideram vários aspectos clínicos e de imagem, associados à analise do líquor com a pesquisa de marcadores específicos. A Ressonância Magnética de crânio e coluna (medula espinhal) é a principal ferramenta para o diagnóstico das doenças desmielinizantes.

Segundo o neurologista, o tratamento da esclerose múltipla deve ser iniciado assim que o diagnóstico for feito. “O diagnóstico precoce é essencial, pois pode evitar ao máximo o acúmulo de sequelas que pioram as limitações que o paciente pode evoluir”, contou.

De acordo com Alexandre, existem diferentes linhas de tratamento e várias medicações que são cada vez mais avançadas e eficazes. “Nós temos imunomoduladores, terapias imunossupressoras e temos terapias também que são de reconstituição imune. Então, o paciente faz um restart, vamos dizer assim, um reinício da produção de linfócitos da medula óssea, para evitar proliferação de células que vão atacar o sistema nervoso”, explicou.

O médico destacou ainda que a vida de uma pessoa com esclerose múltipla não tratada tende a ser muito complicada, pois a doença acumula sequelas ao longo dos anos, que vão deixando a pessoa cada vez mais debilitada. “O indivíduo que não faz o tratamento pode ter diversas dificuldades, desde a visão, da força e, inclusive, a maior preocupação nossa, que é em relação à marcha. A pessoa pode ficar restrita, por exemplo, na cadeira de rodas, com pouco tempo de doença”, destacou.

Dessa forma, Alexandre faz um alerta sobre a doença e reforça que o diagnóstico precoce é essencial para que o paciente tenha uma boa qualidade de vida.

“Tratar um indivíduo desde cedo é a chave para mudar esse prognóstico e manter a pessoa com qualidade de vida e independência por mais tempo possível”, frisou Alexandre Marreco.

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