Agosto chegou e com ele o reforço de se conscientizar sobre o linfoma. O “Agosto Verde Claro” foi separado para alertar a população e intensificar as ações de conscientização em relação à doença.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), atualmente o estado conta com 11 casos. O dado é desta sexta-feira (02) e foi publicado pelo Painel Oncologia Brasil.
Cai número de casos no ES
Segundo a Sesa, os números de pessoas diagnosticadas com a doença diminuíram.
Em 2022, o Espírito Santo chegou a registar 231 casos. Em 2023, o número foi de 226, enquanto em 2024 foram identificadas apenas 11 pessoas.
O que é a doença
O médico hematologista Douglas Covre Stocco informa que o linfoma é um tipo de câncer que atinge as células do sangue e fragiliza o sistema imunológico.
Douglas conta que a ciência ainda não entende completamente o mecanismo para o desenvolvimento dos linfomas, mas sabe-se que algumas situações aumentam o risco.
Pessoas com sistema imune suprimido, como as portadoras do vírus HIV e as que fazem uso de medicamentos imunossupressores, têm maior chance de desenvolver um linfoma, assim como portadores dos vírus Epstein-Barr e HTLV1 e da bactéria H. pylori, que causa úlceras gástricas.
Alguns dos principais sinais de um linfoma são visíveis, sendo eles: gânglios – que também são chamados de linfonodos ou ínguas – aumentados em alguma região do corpo, como axilas e virilha, podem indicar o desenvolvimento da doença. Além disso, o paciente pode sofrer também com suor excessivo noturno, febre, coceira na pele e emagrecimento sem causa aparente.
Doença é dividida em dois grupos
O médico ressalta que a doença é dividida em dois grupos: o Linfoma de Hodgkin e o Linfoma não-Hodgkin.
“Eles acontecem quando um linfócito, que é uma célula de defesa do sangue apresenta uma mutação, ou seja, perde sua função natural. Essa célula defeituosa começa a se reproduzir, gerando cópias igualmente malignas, que podem invadir outros tecidos e órgãos. Uma característica dos Linfomas de Hodgkin é se espalharem ordenadamente de um grupo de linfonodos para outro”, explica.
O médico destaca ainda que os Linfomas Não-Hodgkin também são causados por mutações em células de defesa, mas se diferenciam por se espalharem de maneira não ordenada. “Entre seus sintomas estão, além das ínguas aumentadas, cansaço, emagrecimento repentino, febres e suores noturnos”.
Foram esses os sintomas que chamaram a atenção da aposentada Márcia Matos, hoje com 70 anos. Em 2014, então com 60 anos, percebeu caroços aumentados no pescoço, que vieram acompanhados de cansaço, emagrecimento e suores noturnos. Com o passar do tempo, seu quadro passou a incluir também febre e ela começou a precisar de transfusões de sangue para conter o quadro de anemia.
“Começou aí uma verdadeira peregrinação para que fosse determinada a causa daqueles sintomas. Na época, já fui encaminhada para o setor hematológico de um hospital, mas os médicos diziam que, como existem dezenas de tipos de linfomas, vários exames e biópsias eram necessários para determinar exatamente qual era a minha doença e qual o tratamento seria mais indicado. Fui diagnosticada com um Linfoma Não-Hodgkin e foram oito meses de quimioterapia até que a doença desaparecesse. Hoje levo uma vida normal”, comemora.
Segundo Douglas Covre, o Linfoma de Hodgkin atinge principalmente grupos etários na faixa dos 15 aos 39 anos, assim como idosos com mais de 65 anos.
Já em relação ao Linfomas Não-Hodgkin, o médico destaca que a maior prevalência está entre pessoas acima de 60 anos. Por causas desconhecidas, entre os idosos, sua incidência duplicou nos últimos 25 anos.
A Secretaria da Saúde esclarece que a porta de entrada do paciente é a unidade básica de saúde, onde a doença é identificada e é feito o acompanhamento durante o tratamento.