Nesses dias de muita chuva, seguida de muito sol, sabemos que os mosquitos da dengue brotam de uma simples tampinha de refrigerante e fazem um estrago na nossa saúde. Mas o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti não influencia a saúde animal, sim, nossos companheiros de quatro patas, não são afetados pelo mosquito.
“Apesar do vírus não conseguir, ele tenta, mas, felizmente, não consegue se multiplicar e causar doença ou ser transmitido para outros animais ou humanos. Isso ocorre com qualquer microrganismo em qualquer espécie, inclusive os humanos, quando tem contato com agentes causadores de doenças, mas não são especificas daquela espécie”, explica o médico veterinário Fabrício Pagani.
Dirofilariose e Leishmaniose
A dirofilariose (verme do coração) é causada por um parasita que vive no coração do cão (Dirofilaria immitis). Eles reproduzem e liberam as larvas (microfilarias) para a corrente circulatória.
“Quando fêmeas de mosquitos de várias espécies, incluindo o Aedes aegypti, causador da dengue, picam o cão, ingerem sangue com essas microfilarias que, dentro da fêmea do mosquito tem uma maturação e estão prontos para quando essas mesmas fêmeas forem picar outros animais, transmitem a doença”.
O veterinário afirma que essa doença é uma zoonose, ou seja, pode contaminar humanos também. “Apesar de ser uma doença comum entre animais e o ser humano, ela não tem grande importância médica pois os casos de doença em humanos são raros”.
Quanto à Leishmaniose, que é causada por protozoários, temos basicamente dois tipos da doença. “Uma forma muco-cutânea (Leishmaniose Tegumentar) causada por algumas espécies do microorganismo sendo as principais as Leishmania (Leishmania) amazonensis, Leishmania (Viannia) guyanensis e Leishmania (Viannia) braziliensis”.
O especialista explica que existe uma forma da doença que atinge órgãos internos. “Essa outra forma da doença pode causar lesões externas (Leishmaniose Visceral). São doenças distintas, onde a primeira, apesar, de ter grande importância médica e conferir necessidade de ações específicas do SUS, não tem o cão como reservatório, ele não está implicado no controle da doença. O cão é apenas mais uma vítima da doença”.
Causada por um microorganismo chamado Leishmania chagasi, a Leishmaniose Visceral é transmitida pelo mosquito palha, também conhecido como flebotomíneo (Lutzomyia longipalpis).
“Essa Leishmaniose também é uma zoonose e está com importância médica (humana) e, neste caso, os cães têm relação direta como reservatório da doença, onde animais não tratados corretamente por um médico veterinário podem servir de fonte de infecção e assim, por meio do mosquito palha, transmitir a doença para humanos”.
Para Leishmaniose Tegumentar, o Ministério da Saúde determina que nenhuma que ação pública seja realizada especificamente para o controle da doença nos cães. Entretanto, no caso da Leishmaniose Visceral, os cães que não tiverem um medico veterinário responsável e não forem tratados corretamente por pelos donos, ou que não conseguiram responder satisfatoriamente ao tratamento, tornam-se risco à saúde pública e são então encaminhados para eutanásia, para proteção da sociedade.
Medicina preventiva
Os cuidados com o nosso corpo devem ser diários e não comente quando adoecemos. Da mesma forma, esse cuidado deve ser tomado com nossos pets. “O cuidado começa desde filhote, com cuidados de higiene (como escovação dos dentes, limpeza dos ouvidos, corte de pelos ou tosa higiênica em raças de pelos longos), protocolo de vacinação e exames para avalição de vermes nas fezes, banhos conforme a necessidade de cada raça e/ ou tipo de pele específica”, diz o cardiologista veterinário Tiago Barbosa Spanelza.
Já viu gato ou cachorro espirrar? É até engraçado, mas pode ser alergia. “Sim, os cães e gatos também podem ter alegrias como atopia, alimentar e, por contato, são comuns em cães de porte pequeno como Spitz alemão, Shih Tzu, Chihuahua, Maltês, Yorkshire, Buldogues. Para todas tem uma solução ou o controle pelo resto da vida e em alguns casos a resolução, quando se consegue identificar o agente que causa precisamente a doença”.
Spanelza explica ainda que os cães e gatos, assim como em humanos, podem desenvolver ou manifestar doenças como colesterol e diabetes. “Nos casos dos animais, essas doenças são hereditárias de raças predispostas, doenças metabólicas, como aumento dos níveis de colesterol, glicose e triglicerídeos. As raças onde essas doenças são mais comuns são os Yorkshire, Schnauzer, além de raças com sangue Terrier. Para isso, a receita é a mesma que a indicada para os tutores. Reeducação alimentar, medicação e atividade física”.