O Dia Nacional da Onça-Pintada, celebrado no último sábado (29), reforça a importância de proteger o maior felino das Américas, um símbolo da biodiversidade brasileira que ainda enfrenta muitos desafios para sobreviver. Em entrevista à Rádio ES Hoje, a bióloga Ana Carolina Srbeck, coordenadora do Projeto Felinos, explicou que a espécie continua ameaçada em várias regiões do país.
Entre os principais riscos estão a perda de habitat, a falta de presas, os atropelamentos e também a caça em situações de conflito, especialmente quando animais domésticos são atacados. Em áreas onde o alimento natural fica escasso, as onças podem recorrer a criações domésticas, o que muitas vezes gera perseguição por parte de produtores rurais.
Apesar das dificuldades, o Espírito Santo ainda mantém populações de onça-pintada — restritas a uma única área no Norte do Estado, formada por quatro reservas, incluindo a Reserva de Sooretama e a Reserva da Vale. Juntas, elas somam mais de 50 mil hectares de floresta, essenciais para a sobrevivência da espécie.
O Projeto Felinos atua justamente no acompanhamento dessas populações. A equipe utiliza armadilhas fotográficas, análises de vestígios e monitoramento ambiental, além de trabalhar ao lado de produtores rurais e realizar ações de educação ambiental nas comunidades próximas às áreas de mata.
Segundo Ana, nem sempre um ataque é realmente causado por uma onça — e parte do trabalho é investigar cada caso. “A gente sempre atua junto com os órgãos ambientais para identificar as ocorrências. Nem sempre as onças são as culpadas, mas muitas vezes acabam levando a conta”, destacou.
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