O gerente de operações da BRK Ambiental em Cachoeiro de Itapemirim, Claudio Sobrinho, foi conduzido pela Polícia Militar Ambiental, na noite desta quarta-feira (29), após um novo flagrante de descarte irregular de esgoto no Rio Itapemirim. A ocorrência foi acompanhada pelo diretor-presidente da Agersa (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados), Vilson Carlos Gomes, que prestou depoimento como testemunha.
Parlamentares da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da BRK, instalada na Câmara Municipal, também estiveram na delegacia para monitorar a situação. Segundo o presidente da CEI, vereador Azevedo, o relator, Coronel Fabrício Martins, acionou a Polícia Militar Ambiental após receber informações sobre o lançamento irregular.
As primeiras apurações indicam que todo o esgoto coletado na margem sul da cidade incluindo o dos bairros Arariguaba e União estaria sendo lançado diretamente no rio.
O problema teria ocorrido porque as bombas de sucção do sistema não estavam funcionando de forma integrada, e a BRK teria desativado a rede provisória antes de conseguir implantar o teste de funcionamento adequado.
A informação de que a rede provisória teria sido desativada antes da conclusão dos testes da rede definitiva é considerada o ponto mais crítico da ocorrência, resultando no despejo de esgoto in natura no Itapemirim. O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) já foi comunicado e deverá abrir procedimento para apurar a responsabilidade da concessionária.
Nos últimos meses, a Agersa identificou que cerca de 4.800 imóveis no município despejavam esgoto sem tratamento em córregos ou diretamente no rio. Em episódio anterior, a BRK já havia sido multada em R$ 150 mil pela Agersa e em R$ 500 mil pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
De acordo com a Comissão Especial de Inquérito, o município considera o caso como crime ambiental e exige apuração imediata pelas esferas criminal, administrativa e contratual. Entre as possibilidades, estão novas sanções à BRK Ambiental e eventuais recomendações ou pedidos de afastamento a partir do relatório final da Comissão.











