Cuidar dos filhos, da família, das atividades domésticas e do trabalho são grandes desafios da maternidade. Afinal, a chegada de uma criança modifica toda a rotina, especialmente para as mães que trabalham fora. Um filho traz consigo grande desafios, mesmo antes do seu nascimento, é comum as escolhas e decisões passarem a ter eles como centro.
Apesar de nenhuma mãe ser igual a outra, a dúvida de estar ou não fazendo a coisa certa é algo fortemente compartilhado entre todas. Com o objetivo de entender um pouco mais o dia a dia das mães da Grande Vitória, o jornal EShoje elaborou uma série de entrevistas sobre as mães da região metropolitana, suas particularidades, anseios e os principais desafios enfrentados.
Mães de Cariacica
Moradora do município de Cariacica há 43 anos, desde a infância, a cuidadora de idosos, Silvani Vicente, afirmou não ter criado os filhos na cidade por opção. “Eu nasci aqui, eles nasceram aqui e aqui ficamos. Embora as coisas estejam um pouco melhor hoje, o município ainda estar longe de ser a minha preferência”, contou.

Mãe de três filhos, um rapaz de 26 anos, uma jovem de 21 anos e uma criança de 6 anos, em entrevista, Vicente contou que pretende um dia se mudar da cidade e ir para a capital do Estado. “Quero mudar para Vitória com a minha filha mais nova, a única que ainda mora comigo. Quero proporcionar uma criação melhor para ela, lá tem mais recursos, tanto em saúde quanto em educação”, frisou.
Segundo ela, apesar dos filhos terem sido criados em Cariacica, alguns recursos como saúde e lazer sempre foram buscados na cidade de Vitória, principalmente porque o pai mora na capital.
Saúde, educação e lazer
Questionada sobre a saúde e a educação do município de Cariacica, Vicente contou que apesar de alguns avanços a área da saúde ainda deixa muito a desejar. Já em relação a educação, ela acredita que as coisas estão melhores em relação aos últimos anos.
“MINHA FILHA ESTUDA EM ESCOLA PÚBLICA E REPAREI UMA EVOLUÇÃO. AS ESCOLAS ESTÃO INVESTINDO MAIS NO ENSINO, COM UMA BAGAGEM MAIOR”, CONTOU.
Para Silvani, é válido destacar que a prefeitura tem investido em áreas de lazer e isso tem agradado muito os moradores da região. “O prefeito tem investido bastante em praças e parques e isso tem feito eu sair de casa com minha filha caçula, coisa que eu não fiz por aqui com os maiores”, finalizou.
Cariacica é sim uma opção

Diferente da Silvani que anseia mudar do município, a analista de departamento pessoal, Jéssica Britis, afirmou que nunca teve um critério específico para viver na região, mas gosta de fazer parte da cidade. “Minha família mora aqui, conheci meu marido aqui e nunca tivemos interesse em nos mudar. Sou mineira, minha família é mineira, eu vim pra cá quando tinha 03 anos de idade”, contou.
Questionado sobre as principais dificuldades em Cariacica, ela também pontuou que a saúde da cidade não atende as necessidades da população. “Tenho plano de saúde, mas vejo por alguns familiares que dependem de um pronto atendimento e infelizmente a situação não é boa” frisou.
Mãe de uma criança de sete anos, ela contou que quando o assunto é a educação fornecida pelo município, não há o que reclamar. “Tenho uma sobrinha no ensino médio e vejo que atende sim a educação. Minha filha está no ensino fundamental e o acompanhamento dos professores é excelente”, relatou.
Em entrevista ela afirmou que quando se fala em criação dos filhos, o lugar onde a criança vai viver conta muito, porém o caráter também precisa ser colocado na balança. “Infelizmente a violência e coisas ruins estão em toda parte, se fosse pra parar pra pensar em relação a mudança, não seria de município e sim de país”.
Assim como a Silvani, a analista também faz um destaque para os investimentos do municípios nas áreas de lazer, que antes eram precárias. “Isso tem mudado muito, novas pracinhas, um parque que antes não tínhamos pra fazer um pique nique por exemplo, aqui o que tenho gostado mais é o lazer”.
E mais, quando o assunto é o que é mais importante em relação as condições para se criar uma criança, a analista explicou que o amor, cuidado e a educação que vem de berço são essenciais. “As demais coisas o mundo se encarrega. Eu entendo que se a criança tiver uma base, o restante será um sucesso”, finalizou.