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Jobim eternizou a frase “é impossível ser feliz sozinho”, mas será?

Tom Jobim eternizou a frase “É impossível ser feliz sozinho”, mas será que o solteiro de hoje está tão sozinho assim? Com a vida que levamos, não podemos dizer que uma pessoa que apenas chega em sua casa para trocar de roupa e dormir está sozinha. Passamos o dia inteiro conectados, ou no trabalho, falando não só com nosso colega ao lado, mas com pessoas do mundo inteiro, pelas redes sociais.

A psicóloga Naira Caroline Teixeira, afirma que existe uma diferença em ser e estar solteiro. “Estar solteiro, ser solteiro, não é sinônimo de estar sozinho, ou estar na solidão, temos que separar essas duas coisas.  Existe uma grande difusão de que o sucesso estaria relacionado também a você ter uma relação amorosa fixa a estável. Mas essa é apenas uma forma de viver, assim como estar solteiro é um outro modo de viver a vida”.

Durante muitos anos, o casamento era uma forma de acabar com a solidão, principalmente da mulher, que se passasse de determinada idade, era considerada solteirona, e se não quisesse se casar, ia para o convento. “O patriarcado atribui “mais valor” a mulher casada do que a mulher solteira. Isso é estrutural e uma forma de manter a posse do patriarcado sobre a mulher. Porque sem essa mulher “submetida” a uma relação de posse não existe o patriarcado”.

A psicóloga afirma que essa pode ser uma oportunidade de se conhecer, se entender, se impor. “Quando a pessoa se entende, se conhece, ela abre mão de pagar um preço, de estar com alguém a qualquer custo. Não vai se submeter a qualquer situação para isso, está disposta a ser feliz sozinho e não acredita que precisa estar ligada intimamente a alguém. “

Uyara Moulin Novaes é professora e cerimonialista, mora sozinha há três anos e está solteira. Para ela, seguir padrões não é sinônimo de felicidade. “A melhor forma de viver bem e sozinha, é ocupar a cabeça com outras coisas porque a vida não se resume a ter alguém; tentar não se importar com as cobranças da sociedade que tenta obrigar a ter uma família, ter empatia com quem vive dessa forma e estar aberta a ter um relacionamento”.

Para a cerimonialista a solidão ensina muito. “Eu viajo, estou sempre com meus amigos, e fazendo novos, a gente se torna mais independente. Não nascemos para viver sozinhos, mas se viver sozinho é uma decisão, que seja leve.

Ser feliz

Deixando de lado as cobranças sociais, familiares, fora da vida perfeita que as redes sociais mostram, os solteiros vivem do jeito que podem. “A relação amorosa/romântica não é sinônimo de felicidade, sucesso relacional, existem casamentos com relações muito ruins. Ao mesmo tempo, ninguém consegue ser feliz sozinho sem se desenvolver uma autonomia pessoal. Então isso implica em como a pessoa se vê no mundo, como está livre para criar outros vínculos profundos quanto o de estar numa relação, vínculos de amizade. Tem casamento que não existe ligação, apenas estão cumprindo um rito, e essa é a receita da infelicidade”

Podemos ser felizes com nossos amigos. Estar sozinho não é ter um parceiro amoroso. É possível ser feliz solteiro, mas não é possível ser feliz sozinho.

A cerimonialista ressalta que essa solidão gerou crescimento. “Eu ressignifico a minha decisão de ser solteira todos os dias, acredito que alguns comentários sobre viver sozinha, deveriam ser evitados, porque ter filhos para que cuidem de você na velhice não é uma verdade, pode até ser vista como uma sentença e o mais importante é que eu vivo bem comigo e que sou solteira, mas não sou sozinha”.

Texto de Andressa Motta
Edição de Rafaela Maia

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