Após assembleia na tarde desta terça-feira (22), a greve dos Correios no Espírito Santo chegou ao fim e o retorno ao trabalho acontece a partir das 22h. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios Prestadora de Serviços Postais, Telegráficos (Sintect-ES).
Em greve desde 18 de agosto, a categoria reivindicava reajuste salarial e manutenção das cláusulas do acordo coletivo. A decisão de voltar ao trabalho veio após a resolução do Tribunal do Superior do Trabalho (TST), que determinou o fim da greve dos Correios na segunda-feira (21).
Nesta terça, o Sindicato dos Trabalhadores realizou uma assembleia para deliberar sobre a continuidade da paralisação no estado. Para o presidente do Sintect-ES, Antonio Braga, mesmo não conseguindo atingir o objetivo inicial de garantir todos as cláusulas do atual Acordo Coletivo da categoria, uma “grande vitória” foi conquistada.
“Fizemos uma assembleia de encerramento, apesar de não conseguir o objetivo que nós tínhamos, que era manter todas as cláusulas, mas conseguimos uma grande vitória, que é a mobilização da categoria e de vários parceiros. Essa campanha foi apenas um dos primeiros embates com esse governo, porque ele não vai parar na retirada dos direito, já que querem privatizar a empresa”, afirmou.
Porvir
Com a decisão do TST, ficou acordado a aprovação de algumas cláusulas do acordo coletivo, incluindo um reajuste de 2,6% para os funcionários. A corte trabalhista decidiu que a greve não foi abusiva.
No entanto, o presidente do Sintect-ES mostra-se preocupado, já que, segundo ele, a categoria nem tinha pedido isso, o que, junto das demais decisões, torna a conclusão da greve negativa. “Com tudo que eles tiraram, acabou que ficou irrisório para o trabalhador. Nós nem estávamos esperando”.
A partir de agora, a categoria realizará uma avaliação dos próximos passos, que estão em andamento, entre elas tratativas relacionadas á privatização dos Correios.
Coronavírus
Além disso, entre as demandas e denúncias, estava a dificuldade para conseguir testes para Covid-19 e os obstáculos encontrados por pessoas do grupo de risco para pedir afastamento.
Isso, por sua vez, de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no estado, está sendo garantido, em parte, por meio de liminares, exceto em relação a testagem.
Segundo Braga, no âmbito fora da empresa, os trabalhadores se reuniram com o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, para que a categoria possa ser incluída em programas de vacinação. O Sindicato ainda não teve retorno.
“Nos reunimos com o Nésio para tentar ver o que eles podem fazer, porque o trabalhador dos Correios fica no limbo. Nós somos trabalhadores federais, mas ficamos invisíveis pro governo e município, e o governo federal não trata da gente quando tem uma campanha de vacinação, onde o trabalhador não pode entrar como funcionário publico”, contou.