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13 de maio de 2025
terça-feira, 13 de maio de 2025

São Jorge (23 de abril): a história, a lenda e as tradições à luz da Bíblia

São Jorge (23 de abril): a história, a lenda e as tradições à luz da BíbliaSão Jorge é uma das figuras mais veneradas da tradição cristã, especialmente em países como Inglaterra, Portugal e Brasil, e é amplamente reconhecido por seu papel como santo, mártir e guerreiro cristão. No Brasil, inclusive, o 23 de abril celebra o Dia de São Jorge, e é feriado estadual no Rio de Janeiro.

Sua imagem como um cavaleiro derrotando um dragão simboliza a luta contra o mal e a vitória do bem sobre o mal, tornando-o um ícone de coragem e fidelidade à fé.

No entanto, à luz da Bíblia Sagrada, como podemos entender essa figura e o culto que algumas tradições religiosas prestam a este homem que denominam de “santo”?

Vamos analisar a história real de São Jorge, a maneira como ele foi tratado ao longo dos séculos e os equívocos nas várias interpretações de sua vida e sua veneração pelas diferentes tradições religiosas, à luz da Palavra de Deus.

A História Real de São Jorge

A história de São Jorge, tal como a conhecemos, mistura fatos históricos com lendas, e isso é importante para compreendermos sua figura sob uma ótica teológica.

De acordo com os relatos mais confiáveis, São Jorge foi um soldado romano cristão que viveu durante o reinado do imperador Diocleciano (284-305 d.C.), período em que os cristãos foram severamente perseguidos. Ele era originário da região da Capadócia, atualmente parte da Turquia, e sua história de martírio é amplamente celebrada nas igrejas ortodoxa e católica. Segundo a tradição, ele foi decapitado por se recusar a renunciar à sua fé cristã e adorar os deuses romanos.

O relato de sua vida como um guerreiro ou cavaleiro, lutando contra um dragão, é, na realidade, uma lenda medieval que não se fundamenta em fatos históricos. Essa história foi popularizada a partir da Idade Média, principalmente no livro “A Legenda Dourada”, escrito por Jacopo de Voragine no século XIII.

Essa lenda vê São Jorge não apenas como um mártir, mas como um herói que derrotou um dragão para salvar uma princesa, simbolizando a vitória do cristianismo sobre o mal, a idolatria e o pecado.

Contudo, para uma teologia baseada na Bíblia Sagrada, essas lendas não devem ser tratadas como doutrina ou como um modelo de fé que se sobrepõe à verdade revelada nas Escrituras.

São Jorge Bíblia
Ícone de São Jorge

São Jorge nas Tradições Religiosas

Mas a veneração de São Jorge atravessou várias tradições cristãs e também outras religiões, o que nos leva a uma análise mais profunda de como ele é visto nessas searas.

Catolicismo

No catolicismo, São Jorge é considerado um santo, um mártir que sofreu por Cristo. Sua festa é celebrada no dia 23 de abril, e sua imagem como o cavaleiro que derrota o dragão se tornou um ícone popular.

A Igreja Católica vê em São Jorge um modelo de fé e coragem cristã. A devoção a ele é muito forte, especialmente em lugares como Inglaterra, onde ele é o padroeiro nacional, e Portugal, onde também é reverenciado, e também no Brasil. É comum a prática de oração a São Jorge para proteção e auxílio em momentos de dificuldade.

No entanto, à luz da Palavra de Deus, a prática de veneração de santos é contrária ao ensino bíblico. A Bíblia ensina claramente que a adoração e a veneração devem ser dirigidas somente a Deus, como o próprio Jesus enfatiza numa resposta dada a Satanás, diante da oferta do tentador de dar a Cristo poder e glória terrenas se o Senhor adorasse a ele: ” Mas Jesus respondeu:  — Está escrito:  “Adore o Senhor, seu Deus, e preste culto somente a ele ” (Lucas 4.6-8)

O culto a santos, a oração a eles e a busca por sua intercessão contraria a Escritura, que nos instrui a buscar a Deus diretamente através de Cristo (1 Timóteo 2:5).

“Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2.5).

“Ora, daqueles sacerdotes [homens mortais] tem havido muitos, porque a morte os impede de continuar em seu ofício; mas, visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio permanente. Portanto, ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles. É de um sumo sacerdote como este que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus” (Hebreus 7:23-26)

Somente Jesus, o Filho de Deus, nasceu do Espírito Santo, viveu, morreu, ressuscitou e ascendeu aos céus, onde, à direita de Deus Pai, vive para interceder por nós, como diz a passagem que acabamos de ler. Somente Ele é mediador entre Deus e os homens; somente ele tem esse ofício de nosso Sumo Sacerdote diante do Pai; somente Ele, portanto, é capaz de interceder por nós diante do Pai.

Todos os demais homens e mulheres que morreram em Cristo, por mais que tenham sido cristãos notáveis, e até personagens bíblicos de destaque, morreram, mas não ressuscitaram ainda. Eles descansam em Deus, aguardando a ressurreição que acontecerá na ocasião da segunda vinda de Jesus. Portanto, eles não têm poder algum de intercessão. Somente Jesus Cristo, que ressuscitou, ascendeu aos céus e vive pelos séculos dos séculos, tem este poder.

Igreja Ortodoxa

Na Igreja Ortodoxa, São Jorge é igualmente venerado como mártir e defensor da fé. A sua festa é celebrada em diversas datas, mas é reconhecido em muitas regiões como um símbolo de resistência à perseguição e de fidelidade a Cristo. Assim como na Igreja Católica, São Jorge é frequentemente representado em ícones, e seu culto é central em várias comunidades ortodoxas, especialmente no Oriente Médio, onde sua história de martírio tem um impacto profundo.

A Igreja Ortodoxa, no entanto, também vê a veneração dos santos de maneira semelhante à Igreja Católica, com ênfase em intercessão e mediação.

Novamente, à luz da Bíblia, isso é problemático, pois, como já dito, Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5). A veneração de santos, portanto, não encontra respaldo nas Escrituras e desvia a atenção da verdadeira adoração, que deve ser dirigida exclusivamente ao Senhor Jesus Cristo, que é o autor da fé, como diz o livro de Hebreus. Da fé que, inclusive leva seu nome, fé cristã, ou cristianismo, mas que, muitas vezes tem que dividir a sua glória com vários outros nomes de santos, o que fere frontalmente a verdade bíblica.

São Jorge Bíblia
O relato da vida de São Jorge como um guerreiro ou cavaleiro, lutando contra um dragão, é, na realidade, uma lenda medieval que não se fundamenta em fatos históricos. Essa história foi popularizada a partir da Idade Média, principalmente no livro “A Legenda Dourada”, escrito por Jacopo de Voragine no século XIII.

Sincretismo no Brasil: São Jorge e Ogum

No Brasil, a figura de São Jorge é amplamente associada ao orixá Ogum nas religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda. Ogum é o orixá da guerra, da força, do ferro e da proteção. Esse sincretismo religioso ocorreu durante o período colonial, quando os africanos trazidos como escravizados precisavam disfarçar suas crenças tradicionais e associá-las aos santos católicos, para evitar perseguições.

Esse sincretismo, no entanto, é um desvio claro da verdadeira adoração que a Bíblia ensina. O culto aos orixás, assim como a veneração de São Jorge e outros santos, representa uma forma de idolatria, algo que é severamente condenado nas Escrituras.

A Bíblia é enfática ao afirmar que não devemos adorar a outros deuses, mas somente ao Deus verdadeiro (Êxodo 20:3-5).

Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto” (Êxodo 20:3-5)

Portanto, a associação de São Jorge a Ogum, embora culturalmente significativa em algumas comunidades, é incompatível com a doutrina cristã bíblica.

A perspectiva bíblica

A teologia bíblica enfatiza que somente Deus deve ser adorado. A Bíblia, para os cristãos, é a única fonte autoritativa de doutrina e prática cristã, e qualquer prática que se desvie dos ensinos bíblicos deve ser evitada.

Veja o que a própria Palavra de Deus diz sobre si mesma:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17)

“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:17)

“Mas Jesus respondeu: Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’” (Mateus 4.4)

A veneração de São Jorge e outros santos, seja por meio de orações, festas ou ícones, é vista como uma distorção da fé cristã bíblica.

A Bíblia nos instrui a que devemos orar diretamente a Deus, em nome de Jesus Cristo, nosso único intercessor.

O culto aos santos não encontra base na Escritura, e qualquer tentativa de buscar intercessão através de outros além de Jesus Cristo é um erro grave à luz da Palavra de Deus.

O próprio Jesus Cristo disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6). A intercessão dos santos, portanto, é uma prática não bíblica, que desvia a atenção de Cristo e coloca em risco a pureza da fé cristã.

Conclusão

São Jorge, portanto, é uma figura histórica de grande importância, especialmente no contexto medieval, mas sua veneração como santo e intercessor não encontra respaldo nas Escrituras.

De acordo com a Bíblia, somente Deus deve ser adorado e venerado, e Cristo é o único mediador entre Deus e os homens. As tradições católicas, ortodoxas e afro-brasileiras de veneração de São Jorge, embora culturalmente ricas e historicamente significativas, são práticas que, à luz das Escrituras, são vistas como equivocadas.

Como cristãos, devemos lembrar que toda a glória pertence a Deus e que somente Ele é digno de nossa adoração e devoção.

A verdadeira fé cristã se concentra em Cristo, nosso Salvador e Senhor, e a nossa fé não deve ser desviada para figuras humanas, mesmo aquelas que, como São Jorge, viveram e morreram em nome de Cristo.

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