Hoje completam-se exatamente 5 anos desde a fatídica quarta-feira do dia 11 de março de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Covid-19 uma pandemia. Até o dia 5 de maio de 2023, data em que a OMS declarou o fim da pandemia, a covid deixou um rastro de destruição que o mundo não esquecerá: foram 6 milhões de mortos, cerca de 10% deles somente em nosso Brasil.
A pandemia foi uma tragédia para países, governos, economias, empresas, mas sobretudo para milhões de famílias que sequer tiveram a oportunidade de velar seus entes queridos, dado o risco de transmissão pelo coronavírus nos ritos de sepultamento.
Foram três anos de luto globalizado.
E após cinco anos do início da pandemia – e quase 2 anos do seu fim oficial – o que aprendemos com um dos episódios mais trágicos da história da humanidade? Será que refletimos sobre os motivos de um Deus que se revela nas Escrituras como Santo, como um Deus que é amor, como um Deus misericordioso e bondoso, mas também como um Deus de justiça, ter permitido que passássemos por esse período terrível? O que nós aprendemos sobre a razão primeira e última de nossa existência, que é esse próprio Deus, com o episódio da pandemia? O que nós aprendemos da nossa relação com esse Deus, que é a razão da nossa existência?
Dentre muitas opções de reflexão, eu queria propor um ponto para nossa meditação neste dia.
E esse ponto tem como partida as palavras confiança, esperança e, sobretudo, comunhão, e são unidas pelo verbo “desfrutar”.
Deus nos criou para a comunhão com Ele
Sabendo da nossa frágil estrutura – física, emocional e espiritual, por causa do pecado – Deus sempre – Sempre! Não só nos momentos de dificuldade – nos chama a depositar a nossa confiança e a nossa esperança somente nEle. Pois é somente Ele – Aquele que nos criou – que pode suprir todas as nossas necessidades, sobretudo aquelas da nossa alma.
Existe uma expressão que diz que na hora que o avião está caindo ninguém é ateu. É mais ou menos isso que aconteceu na pandemia do coronavírus. Nas horas de dificuldades e provações nós somos levados pelo poder das circunstâncias a fazer o que deveríamos fazer em todos os momentos, sejam eles tranquilos ou turbulentos: ter comunhão com Deus, através da oração, da meditação em Sua palavra de vida eterna, da prática do jejum. É isso que significa dizer descansar em Deus. É entregar nossa vida como um todo, inclusive nossas preocupações, completamente Àquele que tem todo o poder para nos livrar, para nos salvar, para nos dar paz que excede o entendimento e até para nos dar alegria em meio às dificuldades. Para providenciar o que precisamos de acordo com Sua vontade.
Quando Deus nos fez, ele nos fez para que tenhamos comunhão com Ele e desfrutemos dessa comunhão nessa vida e na eternidade. E essa comunhão só é possível por causa do sacrifício de Cristo Jesus pelo perdão dos nossos pecados na Cruz do Calvário. Ninguém pode ir ao Pai, a não ser por Cristo; ele é o único mediador entre Deus e os homens. Ele é que nos reconcilia com Deus.
Portanto, desfrutar da comunhão com Deus Pai através de Jesus Cristo, o Filho, é um privilégio que deveríamos usar e abusar, mas geralmente nós só intensificamos essa comunhão nos momentos de dificuldade. É através dessa comunhão contínua com Deus, que nós passamos a conhecê-lo como Ele verdadeiramente É, e não como nós achamos que Ele é ou como as pessoas nos dizem que Ele é. Você não pode falar que conhece a pessoa com a qual você não tem intimidade.
Benefícios da comunhão íntima com Deus
Através da comunhão nós o conhecemos e aprendemos a confiar mais nEle e em Sua Palavra, a esperar nEle e em sua providência, sabendo que Ele é soberano, que Ele é amoroso, que Ele é bondoso, que Ele é justo. É através dessa comunhão que passamos a desfrutar Deus verdadeira e intimamente, a ter prazer em Sua presença e, consequentemente, a fazer a Sua vontade.
É através dessa comunhão que entendemos que a vida eterna é um eterno desfrutar da presença de Deus e um eterno conhecimento daquele que é infinito. É exatamente nessa comunhão que experimentamos o descanso aqui nessa terra e experimentaremos o descanso na eternidade, na presença do Criador, Redentor, Sustentador e Consumador de todas as coisas.
Através dessa comunhão e do Espírito Santo de Deus, nosso coração é alinhado à vontade do Pai, e passamos a valorizar mais aquilo que é eterno e vem de Deus, do que aquilo que é efêmero e vem dos homens. Através da comunhão é que passamos a entender que é mais importante juntar tesouros no céu do que tesouros na terra. Através da comunhão é que desfrutamos do sentimento de pertencimento a Deus, um sentimento destruído pelo pecado, mas que podemos desfrutar quando entregamos a nossa vida a Jesus, nosso suficiente Salvador.
É através da comunhão que passamos a dizer como o Salmista: “A Sua graça, Senhor, é melhor do que a própria vida”. Sim, o doador da vida é melhor do que a própria vida.
Pertencemos a Deus
De modo que mesmo diante dos perigos da morte, podemos dizer que a nossa esperança, seja na vida, ou na morte, é que não somos de nós mesmos, mas pertencemos de corpo e alma, na vida e na morte, a Deus Pai e a nosso Salvador Jesus Cristo.
É através da comunhão, que podemos dizer como Paulo: “Porque se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Romanos 14.7-8).
Querido leitor, certamente existem muitas reflexões que Deus trouxe ao nosso coração tanto durante a pandemia, quanto neste dia que marca os 5 anos do início da pandemia.
Continuamos clamando a Deus para que Ele continue consolando com a Sua Santa presença aqueles que perderam seus entes queridos. Agradecemos ao Senhor também a Sua graça em livrar aqueles que foram acometidos e estiveram à beira da morte.
E, a partir desta reflexão, rogamos ao Senhor, que dentre tantos ensinamentos preciosos que tivemos sobre Ele com a pandemia, que Ele trabalhe em nossos corações e em nossas vidas para que busquemos a Sua Presença preciosa de todo o coração e desfrutemos dessa maravilhosa comunhão com Ele, para a qual nós fomos criados. Essa comunhão que gera em nós pertencimento, e que nos ensina a confiar em Deus e a esperar nEle, sabendo que nossa alma só encontra descanso nAquele que nos criou.
Que você tenha uma terça-feira abençoada desfrutando dessa comunhão maravilhosa e dessa presença inigualável.
Vamos ouvir uma música que fala dessa comunhão e dessa presença: United Pursuit – Not In a A Hurry.
