O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, admitiu que pode reduzir datas de Estaduais caso exista um acordo entre clubes e federações nesse sentido. O acerto tem que ser feito com times de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que ainda mantêm 16 jogos por times em seus regionais, enquanto outros Estados têm 12 datas.
Por estatuto, a CBF tem a prerrogativa solitária de fazer o calendário de jogos do futebol brasileiro. Mas há uma discussão na Comissão de Nacional de Clubes, formada por cinco clubes da Série A, sobre o calendário, e a confederação promete ouvir o órgão.
A CNC é composta por nove clubes, sendo cinco da Série A, Inter, Atlético-GO, Fortaleza, São Paulo e Fluminense. Está marcada uma reunião no dia 22 da comissão com o departamento técnico da CBF para discutir o calendário.
Ednaldo prometeu ouvir a proposta dos clubes e leva-la em consideração.
“Se os clubes propuseram às federações, não há problema nenhum em reduzir para 12 datas. Hoje são três federações que fazem campeonatos com 16 datas, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. As outras já fazem em 12. Isso não passa pela CBF. São filiados às federações e podem discutir os campeonatos”, disse Ednaldo.
O problema para 2025 é que alguns desses campeonatos, como o Paulista, têm contratos para o próximo ano, além da resistência da redução que diminuirá o valor pago. Além disso, no Nordeste, os Estaduais são com até 12 datas, mas há a Copa do Nordeste.
“Não interfiro no trabalho da comissão. Vamos ouvir os clubes. Eles disseram que têm uma proposta, marquei então para o Departamento de competições se reunir com eles para mostrar o que é possível fazer”, disse Ednaldo.
O dirigente da CBF ressaltou que o calendário é espremido porque há datas da Conmebol e da Fifa. Atualmente, o cronograma acomoda 38 datas do Brasileiro, 14 da Copa do Brasil, 16 dos Estaduais, até 17 datas da Libertadores, fora Datas Fifa.
Durante os próximos seis anos, haverá competições (Super Mundial, Copa do Mundo, Copa América, Copa feminina) no meio do ano, o que dificultará ainda mais o calendário.
RODRIGO MATTOS E IGOR SIQUEIRA (UOL/FOLHAPRESS)