Após assembleia realizada na manhã desta terça-feira (10), na garagem de uma empresa de ônibus, em Cariacica, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários) decidiu encerrar a paralisação, que começou ainda na madrugada.
A decisão foi divulgada por volta das 7h30, mas, às 8h15, usuários do Sistema Transcol ainda estavam com dificuldades para se deslocar na Grande Vitória. Em Cariacica, moradores disseram que muitos ônibus estão passando na região de Campo Grande com os letreiros de “garagem”.
Em outras regiões é possível ver que muitos pontos de ônibus estão cheios e o aplicativo do GVBus, que indica os horários e itinerários dos coletivos, ainda está fora fora do ar. Muitas filas também nos terminais, que tiveram a entrada dos passageiros liberada apenas por volta das 7h30.
Segundo o Sindicato, a previsão é de que a circulação das rotas se normalize nas próximas horas.
Protesto por morte de rodoviário
A paralisação aconteceu em protesto ao assassinato do manobrista Clóvis Brás Júnior, na noite dessa segunda-feira (9). Clóvis chegava para trabalhar na garagem da empresa Santa Zita, em São Francisco, Cariacica, quando foi morto com um tiro.
“Este não é um caso isolado. A categoria rodoviária vem enfrentando uma escalada de violência dentro do sistema de transporte metropolitano, com registros frequentes de agressões, ameaças e ataques”, diz o Sindicato dos Rodoviários, em nota.
Ainda na nota, o Sindicato lembra que um colega foi esfaqueado recentemente enquanto trabalhava. “A situação já foi levada ao Governo em diversas reuniões com a Secretaria de Segurança Pública, o vice-governador e a Secretaria de Mobilidade Urbana, quando solicitamos, dentre várias medidas, o policiamento nas proximidades das garagens de ônibus, conforme ofício protocolado no dia 9 de maio de 2025”.
O Sindicato diz que o protesto de hoje é um sinal de basta. “Os rodoviários não aceitarão que a violência se torne parte da rotina. Exigimos ações efetivas para combater a insegurança e proteger nossas vidas”.
Fecomércio
Em nota, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) manifesta publicamente preocupação com os efeitos da paralisação parcial do transporte público.
“A interrupção da circulação dos ônibus comprometeu de forma significativa a mobilidade urbana, afetando não apenas o setor produtivo — especialmente o comércio, que vive um dos períodos mais importantes do calendário com a proximidade do Dia dos Namorados — como também diversos serviços essenciais à sociedade, como o funcionamento de hospitais, repartições públicas, escolas e demais atividades que dependem diretamente do transporte coletivo para operar com regularidade”, diz.
Milhares de trabalhadores, consumidores, pacientes e cidadãos em geral foram prejudicados em sua rotina, impactando negativamente a dinâmica da cidade, a entrega de serviços públicos e a manutenção das atividades econômicas e sociais, diz a Federação.
“A Fecomércio-ES reconhece e respeita a livre manifestação de categorias profissionais, mas reforça que medidas que interrompem serviços essenciais devem ser sempre precedidas de planejamento e comunicação que minimizem os danos à sociedade como um todo. Seguimos comprometidos com a busca por soluções que garantam o funcionamento da cidade, o equilíbrio entre os direitos dos trabalhadores e a continuidade dos serviços que sustentam a economia e a vida urbana”.











