A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) sediará, nos dias 6 e 7 de maio, o XI Colóquio de Arte e Pesquisa dos Alunos do PPGA da Ufes (Colartes). O evento, no entanto, será antecipado com a exposição de Artes na Galeria de Arte e Pesquisa a partir desta quarta-feira (23). O Colóquio é realizado pelo Centro de Artes (CAr) com o objetivo principal de apresentar pesquisas desenvolvidas por alunos de mestrado e doutorado do programa, graduandos, egressos e professores do CAr.
Na programação estão previstas apresentações orais dos estudos no auditório do prédio Cemuni IV, com o tema, ‘Brasilidades – Raízes Culturais e Caminhos para o Futuro’. O XI Colartes visa estimular a produção acadêmica e a difusão do conhecimento numa perspectiva sociocultural no campo das Artes, partindo de discussões sobre a preservação da história e da construção de um pensamento amplo, unindo os contextos regionais do Brasil.
A artista visual uruguaia, Mariana Nicolini, fará a palestra de encerramento do evento. A obra de Mariana se caracteriza pelo Artivismo e busca incansável pela preservação da vida em todas as suas formas, além de mostrar o impacto destrutivo da ação do homem na natureza.
“Quando recebi o convite, pela relevância do evento e a minha ligação com o Brasil, decidi aceitar e falar um pouco do meu trabalho”, disse Mariana Nocolini, que vem de Motevideu, onde mora e tem ateliê.
Exposição
A exposição que dá sinal verde ao Colartes 2025 será, a partir desta quarta-feira (23), na galeria de Arte e Pesquisa (GAP) com o tem Estética em Trânsito, propondo aos alunos a refletirem sobre a brasilidade a partir do conceito de culturas híbridas, desenvolvido pelo historiador mexicano Néstor García Canclini. Para ele, há diversos processos de fusão cultural, impulsionados por migrações, globalização e interculturalidade, que tensionam as fronteiras da identidade e da criação artística.
Neste sentido, hibridização seria o entrelaçamento entre tradições culturais e modernidades, rompendo com a noção de culturas puras e homogêneas. No Brasil, país atravessado por processos coloniais, essa dinâmica se reflete na confluência de matrizes indígenas, africanas e europeias, resultando em expressões artísticas marcadas pela sobreposição de referências, pela ressignificação de símbolos e pela construção de novas narrativas visuais e sonoras.
“Estéticas em Trânsito” busca reunir trabalhos que incorporem a hibridização como força crítica e criativa, seja na apropriação e ressignificação de signos culturais, na fusão de materiais e linguagens, ou na sobreposição de tempos e territórios.