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Bagunça: romance capixaba do interior como protagonista

Você sabia que, atualmente, as mulheres autoras são responsáveis por 90% dos títulos que mais vendem em grandes editoras? Ainda assim a maioria dos personagens são masculinos. “Bagunça”, da autora Aline Dias, vai na contramão disso contando a história de Analuz, uma jovem que mora no interior do Espírito Santo.

O livro é uma história de amor com um desfecho surpreendente que envolve desejo, coragem, traquinagem, medo, morte e reconstrução da vida. O lançamento acontece sábado (8), às 16h, no Hub+, no Centro de Vitória.

“Bagunça faz parte de um movimento que muda essa realidade. Ainda que seja uma história sobre poder, é uma história com uma protagonista mulher. Contar a história de mulheres sob a ótica de uma mulher é, sempre, revolucionário”, afirma a autora Aline Dias.

No universo literário as mulheres não são personagens prioritárias em romances brasileiros contemporâneos e, na maioria das vezes, ocupam posições consideradas inferiores às dos homens, de acordo com o levantamento recente feito pela pesquisadora Regina Dalcastagnè, professora de literatura da Universidade de Brasília (UnB).

Bagunça: romance capixaba do interior como protagonistaO livro “Bagunça” já está disponível para venda no site da editora Maré e foi viabilizado pelo Edital 011/2023 – Difusão Literária, com recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), da Secretaria da Cultura (Secult).

Na contrapartida social do projeto, a autora faz uma homenagem àqueles que são grandes incentivadores da leitura e da escrita: os professores. A escritora está disponibilizando 50 livros gratuitos para professores de escolas estaduais do Espírito Santo com foco em disciplinas de Português e Literatura, preferencialmente do Ensino Médio.

Para o escritor Manoel Herzog responsável pelo prefácio de “Bagunça”, o romance de Aline Dias é pioneiro. “Nesses tempos de empoderamento e afirmação da estética de uma literatura eminentemente feminina e feminista, nos aponta não soluções, respostas, mas possibilidades de investigação dessa questão fundamental da humanidade”.

As narrativas femininas lutam contra estereótipos consolidados ao longo do tempo na literatura brasileira. O mercado literário é dominado por mais de 70% de homens, que quase não falam sobre mulheres ou, se falam, reproduzem percepções do universo masculino.

“A personagem principal tem muito de toda mulher insubmissa, mas está longe de ser uma caricatura. A adrenalina sobe em vários trechos do livro, torcemos, choramos, nos indignamos, e escolhemos o lado do mais forte: do amor. Porém, esse mais forte pode ou não vencer o ódio, sejamos francos, temos assistido várias batalhas em que esse último sai vencedor. Não vou dar spoiler, só quero dizer que é uma leitura deliciosa, se você chegou até aqui, vá à primeira página e se renda: Aline escreve vida, e assim como não é fácil sair do lado dessa mulher inquieta e sagaz, com riso farto e uma elegância de alma, não é fácil abandonar essa leitura. Entre nessa Bagunça agora mesmo e sinta a emoção de um bom enredo que facilmente poderia ganhar as salas de cinema, e que certamente vai se inscrever em seu coração”, descreve Mara Coradello escritora que assina a orelha do livro Bagunça.

Bagunça: romance capixaba do interior como protagonistaSobre a autora Aline Dias

Nascida em Cachoeiro do Itapemirim, passou a infância em Iúna, e seguiu para Vitória, onde fez Ensino Médio e se graduou em Jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Trabalhou como repórter para veículos de imprensa como A Tribuna, Folha Vitória, TV Assembleia e Veja.

Lançou os livros: “Vermelho” (2012), Editora Cousa. Novela. “Além das pernas”, (2015), Editora Pedregulho. Contos. “A única coisa que fere é manhã pós-amor” (2017), Editora Cousa. Prosa poética. “Sem a Loucura não dá” (organização) (2017), Editora Cousa. Contos.  “E se o mundo descostura?” (2023), Editora Maré. Infantil. “Suja” (2024), Editora Maré. Poemas.

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