A Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) liderou, nos últimos dias, uma missão à Europa para buscar parcerias com empresas internacionais e atrair investimentos no setor de descomissionamento offshore — processo que envolve desativação, desmontagem e reciclagem de plataformas e estruturas de petróleo e gás que chegam ao fim da vida útil.
A ideia foi estimular o desenvolvimento dessa cadeia produtiva no Espírito Santo e fortalecer fornecedores locais, por meio da aproximação de companhias multinacionais que já atuam nessa área e que possam compartilhar experiências e tecnologias utilizadas nesse mercado de descomissionamento, em franca expansão no Brasil.
Com mais de US$ 12,7 bilhões (R$ 68,5 bilhões) em investimentos previstos para os próximos anos em projetos de descomissionamento no Brasil, a iniciativa posiciona o Espírito Santo como um hub competitivo para operações do setor. O movimento também reforça o protagonismo capixaba na nova economia offshore, além de aproximar o Estado de mercados que dominam tecnologias avançadas no segmento.
Com 18 projetos aprovados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões) de investimentos previstos para os próximos anos, o Espírito Santo já é o terceiro destino mais promissor do Brasil para se investir no segmento.
A missão inclui agendas na Escócia e na Noruega, com participação no UK-Brazil Offshore Decommisioning Business Forum (Fórum de Negócios de Descomissionamento Offshore Brasil–Reino Unido), na Offshore Decommissioning Conference 2025 (Conferência de Descomissionamento Offshore), além de visitas a empresas do setor.
A delegação da FINDES foi formada pelo presidente Paulo Baraona, pelo diretor-geral Roberto Campos e pelo gerente executivo de Articulação e Competitividade da Indústria, Ícaro Gomes. A missão também reúne representantes da Arcelor Mittal, Vports, Porto Central, Grupo Estel e Marca Ambiental, e conta com o apoio do Governo do Estado.
“O descomissionamento é uma atividade estratégica para o país, e o Espírito Santo está entre os estados mais preparados para liderar essa agenda. Reunimos infraestrutura portuária competitiva, uma cadeia industrial madura, capital humano qualificado e mais de US$ 1 bilhão em oportunidades mapeadas. Estamos apresentando ao mundo um estado organizado, alinhado às demandas da transição energética e pronto para gerar novos negócios, desenvolver nossa cadeia de fornecedores e atrair investimentos”, afirma Baraona.
Negócios de Descomissionamento Offshore Brasil–Reino Unido
O primeiro compromisso foi o UK-Brazil Offshore Decommisioning Business Forum (Fórum de Negócios de Descomissionamento Offshore Brasil–Reino Unido), promovido pela FINDES e pela Decom Mission, associação britânica referência internacional no tema. O encontro conectou a delegação capixaba às principais empresas operadoras da economia offshore do Reino Unido.
Na oportunidade a delegação capixaba apresentou as potencialidades e oportunidades da cadeia de descomissionamento no Brasil além de apresentar a infraestrutura portuária, logística, capacidade industrial, impacto econômico e as vantagens competitivas do Espírito Santo para operações de descomissionamento.
A comitiva também esteve na Offshore Decommissioning Conference 2025 (Conferência de Descomissionamento Offshore), um dos principais eventos internacionais do setor.

Economia do descomissionamento
A presença do Espírito Santo na rota global do descomissionamento é resultado de um trabalho contínuo da FINDES ao longo deste ano. Em Houston, no Estados Unidos, e no evento da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), no Rio de Janeiro, a Federação iniciou as primeiras conversas formais sobre a pauta com a Petrobras.
O passo seguinte atravessou o Atlântico. A primeira missão à Europa, realizada em setembro e apoiada pelo Consulado do Reino Unido e pela agência norueguesa Norwep, que resultou na assinatura do Memorando de Entendimento (MoU) com a Decom Mission, única associação comercial independente dedicada exclusivamente ao descomissionamento na indústria global de energia.
Para Baraona, o Memorando reafirma o potencial capixaba. “O Espírito Santo reúne as melhores condições para sediar essa indústria: diversos portos em operação e em projeto, uma cadeia metalmecânica madura, empresas de sucata e reciclagem com experiência em óleo e gás, além de sermos o terceiro maior produtor de petróleo do país”, destaca.
ES está no radar global porque:
- é o 3º maior produtor de petróleo do Brasil
- tem 18 projetos de descomissionamento aprovados pela ANP
- fez US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões) em investimentos previstos
- tem 4º maior grau de abertura comercial do país e relações com 240 mercados
- possui portos e estaleiros aptos para desmantelamento, reciclagem e logística avançada
- conta com cadeia industrial madura e capital humano especializado











