Mesmo com a melhora geral na renda e a queda da pobreza, a desigualdade racial segue profunda no Espírito Santo. A Síntese de Indicadores Sociais 2025 mostra que, em 2024, pessoas pretas ou pardas receberam em média R$ 1.641 por mês, enquanto pessoas brancas alcançaram R$ 2.742. Na prática, isso significa que a população negra do estado continua recebendo cerca de 60% da renda dos brancos — uma proporção que se mantém há mais de uma década.
Na comparação com 2023, a renda dos pretos ou pardos cresceu 4%, enquanto a dos brancos aumentou 7,6%. Em um recorte mais longo, de 2019 a 2024, os rendimentos médios dos brancos subiram 7,5%, enquanto o das pessoas pretas ou pardas avançou 14,5%. Mesmo com um crescimento proporcionalmente maior, a distância histórica entre os grupos permanece.
Os extremos da distribuição de renda deixam o cenário ainda mais claro. Entre os 10% mais pobres do Espírito Santo, 74,1% são pretos ou pardos; entre os 10% mais ricos, 65,9% são brancos. Para o IBGE, esses dados reforçam desigualdades estruturais ligadas ao acesso ao mercado de trabalho, à educação e às oportunidades de ascensão social — fatores que os avanços recentes nos indicadores econômicos ainda não foram capazes de equalizar.











