Dólar Em alta
5,390
25 de outubro de 2025
sábado, 25 de outubro de 2025
Vitória
19ºC
Dólar Em alta
5,390

Preço do café deve subir até 15% e fortalece produção capixaba

O Espírito Santo deve sentir nos próximos meses o impacto da alta prevista de até 15% no preço do café. O aumento é consequência de fatores climáticos, custos de produção e demanda crescente, mas, segundo especialistas, também representa uma oportunidade para o fortalecimento da produção local e geração de renda no interior do estado.

A indústria brasileira projeta a elevação devido a uma combinação de fatores internacionais e nacionais. Segundo o economista Vaner Corrêa a oferta global tem sofrido restrições em razão do clima e de problemas logísticos nas principais regiões produtoras.

Além disso, custos de matérias-primas, energia e transporte pressionam os preços internos, enquanto estoques globais baixos reduzem a disponibilidade para arbitragem, aponta o especialista.

No Espírito Santo, o cenário deve gerar incremento na renda agrícola e fortalecer a economia regional. Vaner afirma que o café funciona como âncora de atividade e emprego no interior, sustentando exportações e arrecadação fiscal. “O estado deve registrar preços médios acima de R$ 1.400 por saca e demanda externa firme”, completa.

Para o presidente do Sindicato da Indústria do Café do Estado do Espírito Santo (Sincafé-ES), Egídio Malaquini, o reajuste é necessário para cobrir custos que vêm se elevando nos últimos meses. Ele destaca que a instabilidade da oferta e fatores climáticos recentes afetaram a produção, exigindo tempo para que as plantas se recuperem.

“Esse reajuste se faz necessário para cobrir os custos da matéria-prima e outros que têm alterado nos últimos meses. Ainda não é o ideal, mas sabemos que o café tem impactado o dia a dia dos consumidores nos últimos dois anos”, explica.

Malaquini também aponta que a falta de mão de obra qualificada é um dos maiores desafios da cadeia produtiva. Com menos profissionais disponíveis e salários mais altos, a produção fica comprometida e os custos se elevam. Apesar disso, ele afirma que o momento é de otimismo entre os produtores.

 “O preço elevado melhora o comércio e o desenvolvimento do interior do estado”, observa.

Outro fator que contribui para a alta é o crescimento da demanda mundial, que, aliado à oferta limitada, pressiona os preços. Segundo Malaquini, o Espírito Santo tem condições de aproveitar esse cenário para investir em tecnologia e pesquisa, fortalecendo ainda mais a produção local.

Para Corrêa, o estado pode potencializar ganhos com exportações e produtos premium. “O Espírito Santo pode acelerar contratos de exportação, qualificar lotes premium e ampliar produtividade com irrigação e governança. A coordenação entre Incaper, Seag e cooperativas será fundamental para consolidar o conilon capixaba nos mercados europeu e asiático”, afirma.

Panorama nacional 

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

No panorama nacional, a alta de até 15% reflete a combinação de fatores climáticos, logísticos e cambiais que pressionam toda a cadeia produtiva, do campo ao varejo.

Apesar da inflação do café medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE) ser de quase 40% no acumulado do ano, o reajuste ocorre após dois meses consecutivos de queda nos preços.

No período de janeiro e agosto deste ano, as vendas de café acumularam queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

De acordo com a Abic, o setor atravessa um período de recomposição de margens após quase dois anos de custos elevados e lucro comprimido. No varejo, a expectativa é de repasses graduais ao consumidor, com efeitos perceptíveis ainda neste fim de ano.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas