Quando os filhos nascem, é comum que os pais modifiquem suas prioridades financeiras. Muitos genitores passam a direcionar a sua vida em função dos cuidados com os pequenos. Além das demandas imediatas, ganha destaque a preocupação com o futuro das crianças, principalmente em relação às finanças.
Quando o assunto é guardar dinheiro, a primeira coisa que vem à cabeça são as clássicas poupanças, que se configuram como um dos mais tradicionais investimentos feitos pelos brasileiros. Mas você sabia que ela não é a única opção quando o assunto é o futuro financeiro?
De acordo com a economista Cecilia Perini, antes de escolher o melhor investimento é importante considerar o planejamento financeiro e os objetivos da família. “O horizonte de tempo também é um ponto que pode mudar a orientação”, frisou.
Entretanto, ela alertou ainda que, para realizar um bom planejamento, é de extrema importância a busca pela orientação de um assessor de investimentos, pois é ele que vai avaliar as melhores opções de investimentos de acordo com o perfil e os objetivos da família.
Confira algumas opções de investimentos para os pequenos:
Previdência Privada
Segundo a especialista, uma ótima opção é investir em fundos de previdência específicos para menores e transferir para o CPF deles quando atingir a maior idade ou pode investir em seu próprio CPF.
Essa opção dá aos pais ou responsáveis as condições de acumular um patrimônio a longo prazo para as crianças, mesmo que elas não tenham uma conta bancária. Cecilia explicou que a previdência privada tem algumas vantagens como, por exemplo, pagar menos imposto de renda e permitir a alteração de estratégia caso o mercado mude.
“Dentro dessa estratégia, você pode sair de um fundo mais conservador e migrar para um agressivo sem ter que resgatar e pagar imposto”, explicou.
Tesouro Direto
Investir em títulos públicos do Tesouro Direto evolve baixo risco e o interessado pode ter acesso a títulos de longo prazo que já os darão uma previsibilidade de rendimentos. De acordo com a economista, através dos Títulos Públicos, o investidor poderá diversificar as estratégias de Renda Fixa, incluindo ativos que remuneram a inflação, mais uma taxa fixa.
“Isso vai garantir um ganho real na linha do tempo, garantindo também que o ativos sempre tenham uma remuneração acima da inflação”, destacou.
Carteira de ações
Outra opção é possuir uma boa carteira de ações. Segundo a especialista, ter ações de boas empresas que paguem bons dividendos é uma estratégia vencedora para as crianças. O horizonte de longo prazo combina com a estratégia de renda variável.
Educação financeira para crianças
Os ensinamentos aprendidos na infância podem impactar positivamente a vida na fase adulta. O conhecimento tem o poder de transformar o mundo e, quando o assunto é dinheiro, isso faz ainda mais sentido, já que um adulto que sabe administrar suas finanças tem menos chance de cair nas garras da inadimplência.
Por isso, a educação financeira para crianças é, cada vez mais, uma necessidade. Os altos índices de endividamento mostram que é preciso urgentemente tratar de finanças com os pequenos para que eles possam desenvolver uma consciência sobre o uso responsável do dinheiro.
De acordo com a economista Cecilia Perini, a melhor idade para começar a tornar a criança responsável por uma quantia em dinheiro, ou seja, a famosa mesada, é quando a família já conseguiu introduzir os conceitos básicos de Educação Financeira.
“Normalmente crianças de 9 a10 anos já começam a entender esses conceitos se forem explicados e, principalmente, praticados pela família”, contou.
Para a especialista, a educação financeira para o público infantil, quando aplicada de forma correta, ajuda a criança a compreender o real valor do dinheiro e, também auxilia no processo de relacionar a questão do esforço e da recompensa.
Uma dica muito importante, segundo a economista, é em relação ao reajuste da mesada que deve acontecer de acordo com a realidade de cada família e também está alinhado com o sistema objetivo da mesada.
“Alguns pais administram a mesada apenas para lanches na escola ou saídas com amigos, enquanto outros direcionam para outras conquistas. Gosto da ideia de ajustar quando algum objetivo/meta seja atingido, mas para isso os combinados com os pais devem ser bem definidos”, destacou.