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Maternidade que levou ao sucesso nos negócios

Texto de Victor Fontes
Edição de Gustavo Gouvêa

Ser mãe é uma jornada desafiadora e gratificante, mas que exige dedicação, resiliência e criatividade. Muitas mulheres combinam essa responsabilidade com o desejo de empreender, criando negócios enquanto cuidam de seus filhos. Essa integração entre maternidade e empreendedorismo levou muitas mães brasileiras e capixabas a transformarem suas casas em centros de negócios, convertendo os desafios cotidianos em oportunidades de crescimento pessoal e profissional.

Segundo dados da Junta Comercial do Estado do Espírito Santo (JUCEES), as mulheres administram 32% das empresas ativas do Estado, representando um total de 216.881 negócios. Em relação à natureza jurídica, a categoria com o maior número de empreendedoras é a de empresárias individuais, contabilizando 142.623, seguida pela forma de sociedade limitada (73.434).

Maíra Chagas, 35, e Mariana Bertazo, 34, apostaram no ramo alimentício para empreender. Karol Lenzi, 38, possui uma loja de joias e semijoias, e Daniela Vieira, 36, investiu na área científica e educacional. As quatro mães apresentam histórias diferentes e representam os diversos casos semelhantes no Estado que demonstram a força do empreendimento feminino.

Maternidade que levou ao sucesso nos negóciosMaíra Chagas abriu, há três anos, a Crilancha – uma fábrica de biscoito de polvilho orgânico, sustentável e seguro para alérgicos a glúten, lactose, ovo, oleaginosas e soja.

“Eu trabalhava em um outro negócio, mas sentia falta da inclusão alimentar no mercado. Acompanhando a jornada e ouvindo os relatos da minha filha, eu queria ver as crianças juntas, se alimentando de forma saudável, respeitosa e que pudesse incluir os amiguinhos que têm restrições alimentares”, explica.

Por sua vez, Mariana Bertazo abandonou sua formação em química para participar da administração da Mombee Doceria, que foi fundada por sua mãe há 25 anos.

“Trabalhamos com uma série de produtos, como bolos, fatias, chocolates e bolos gelados. Um dos motivos para deixar de ser CLT e deixar o setor industrial foi o fato de querer ser mãe. Hoje, o meu trabalho me possibilita estar mais perto dos meus filhos, sendo um exemplo de quem se dedica para eles. Tenho muito orgulho disso e do que o nosso serviço proporciona para as pessoas, com momentos que vão ficar guardados na memória. Afinal, essa é a missão.”, disse.

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Mudança de rotina

Já Karol Lenzi tem uma trajetória distinta. Ela abandonou o antigo trabalho para cuidar de seu filho Cauã, que hoje tem 12 anos, e só depois disso começou seu empreendimento.

“Mudei minha rotina para ser só mãe e tive uma depressão pós-parto. Então, decidi que queria voltar a trabalhar – que eu sempre fui apaixonada em fazer – com uma coisa que me permitiria, também, cuidar do meu filho. Uma vizinha me ofereceu uma maleta para vender semijoias e foi aí, há dez anos, que teve início a Lenzi Semijoias”, conta. Atualmente, ela possui uma loja física em Vitória, no bairro Jardim Camburi.

Maternidade que levou ao sucesso nos negóciosPós-doutora em química e ex-professora de ensino superior, Daniela Vieira possui um caso semelhante, uma vez que deixou de exercer sua profissão para se dedicar exclusivamente à maternidade.

“No dia a dia da rotina com as minhas filhas, transformei a minha casa em um laboratório para elas viverem as primeiras experiências. A Ciência para Vida é uma empresa que tem como missão formar indivíduos protagonistas da sua vida, conscientes e capazes de assumir o seu papel na construção de uma sociedade melhor, por meio de uma metodologia inovadora própria de storytelling, a Pequeno Cientista”, declara.

73% das empreendedoras capixabas são mães

As mulheres estão, cada vez mais, ocupando o seu espaço em diversos setores importantes da sociedade. Uma análise realizada pelo Sebrae, usando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), mostrou que 73% das empreendedoras capixabas são mães, mais da metade atua no setor de serviços e 57,5% trabalhavam de carteira assinada antes de empreender – assim como foi relatado por Mariana Bertazo.

Maternidade que levou ao sucesso nos negócios“Levo empoderamento, alegria e brilho para a vida das mulheres. Muitas me agradecem e gostam do jeito que eu trabalho com as peças, pois elas conseguem ver jeitos diferentes de usá-las”, é o que expõe Karol Lenzi.

Ainda neste sentido, Maíra Chagas, proprietária da Crilancha, diz: “90% da mão de obra da fábrica são de mulheres cheias de vida, algumas que estão começando ou recomeçando, e que trazem muita alegria para o nosso dia a dia. Muitas famílias são impactadas pelo o que a gente faz aqui”.

Além da presença física, o levantamento também indicou que 7 a cada 10 empreendimentos delas estão nos meios digitais, nas redes sociais. “A gente possui muita divulgação no Instagram, mas a principal propaganda tem sido no ‘boca a boca’ mesmo, com as pessoas experimentando nossos produtos e indicando para os amigos”, relata Mariana, da Mombee Doceria. Todas as empresas aqui citadas possuem perfis no Instagram, sendo eles: @mombeedoceria, @lenzisemijoias, @cienciaparavida e @crilancha.

“Foi a melhor decisão da minha vida”

Um fato em comum nos depoimentos das quatro empreendedoras é a realização de cada uma com suas respectivas jornadas. “Foi a melhor decisão da minha vida. Me sinto realizada e completa. Hoje tenho a oportunidade de viver com as minhas filhas e ajudar outras famílias e professores a descobrir o potencial que há em cada indivíduo”, diz Daniela Vieira.

“Quando a pessoa experimenta nossos doces, a gente quer que ela tenha uma experiência muito além disso, resgatando memórias afetivas e criando novas histórias. Estou realizada e penso que a gente está cumprindo a nossa missão”, finaliza Mariana Bertazo.

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