A PRIO, maior empresa independente de óleo e gás do Brasil, deve movimentar nos próximos anos até R$ 2,5 bilhões em royalties para o Espírito Santo e municípios próximos ao campo de Wahoo, na Bacia de Campos. A previsão de arrecadação é fruto das operações planejadas pela companhia no litoral Sul capixaba. Segundo a empresa, a expectativa é de que o primeiro óleo seja extraído no terceiro trimestre de 2024, a depender da emissão da licença ambiental para atividade pelo Ibama.
As informações foram apresentadas nesta quinta-feira (8) durante o “PRIO no ES”, evento organizado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e realizado na sede da instituição. Na ocasião, a companhia apresentou o projeto Wahoo para um público formado por empresários e executivos do setor industrial capixaba.
O Espírito Santo é o terceiro maior produtor de petróleo e o quinto maior de gás do Brasil. O campo é o primeiro desenvolvido inteiramente pela companhia e que será viabilizado comercialmente a partir de um projeto inovador de interligação entre operações (tieback), pioneiro na América Latina. O projeto estima a produção de 40 mil barris de óleo por dia.
Segundo o gerente executivo da empresa, Jean Calvi, antes mesmo do início da operação do campo de Wahoo, o projeto já movimenta cerca de R$ 860 milhões em negócios na cadeia de suprimentos de fornecedores locais.
O diretor e vice-presidente do Conselho de Administração da PRIO, Emiliano Gomes, ressaltou que “o desenvolvimento do campo Wahoo proporciona uma série de ganhos para o setor de óleo e gás, principalmente para o Espírito Santo, por meio do aumento da oferta de emprego, do estímulo ao desenvolvimento de fornecedores e pela arrecadação de royalties”, pontuou ao citar que, até o momento, algumas centenas de empregos diretos foram criados pelo projeto junto aos fornecedores.
Inovação e tecnologia como pilares
A PRIO concluiu o processo de aquisição do campo de Wahoo em março de 2021 e em dezembro do mesmo ano registrou a declaração de comercialidade, após um processo de estudo sobre a viabilidade de produção do campo. Vale ressaltar que, apesar de existir poços exploratórios perfurados no campo que comprovam a existência de petróleo, a operadora anterior não chegou a produzir óleo, pois o projeto desenvolvido havia inviabilizado a infraestrutura para produção e escoamento de petróleo e gás.
Já a PRIO – especialista na busca por eficiência em campos maduros ou até mesmo considerados inviáveis economicamente por outras companhias –, realizou estudo de exploração de reservatórios marginais e identificou a oportunidade de interligar o campo de Wahoo à estrutura já em operação no campo de Frade, no Rio de Janeiro.
Para isso, a companhia irá instalar o chamado tieback submarino de cerca de 32 km, conectando os poços de Wahoo ao barco FPSO Valente/Frade, responsável pela produção do Campo de Frade. “Essa interligação entre os campos utilizando infraestrutura existente é a condição para o sucesso do desenvolvimento de Wahoo. Sem a estrutura do FPSO Frade, o empreendimento seria inviável economicamente”, explicou Calvi.
Para colocar em prática toda essa infraestrutura submarina, a PRIO conta com uma cadeia de fornecedores capacitados e empenhados em desenvolver de forma eficiente cada um dos equipamentos que garantem o escoamento de óleo e de gás a serem produzidos no campo. Atualmente, pelo menos cinco fornecedores diretos locais já trabalham no projeto, além do terminal portuário do CPVV e BAVIT, que irá atender as demandas das atividades de suporte Offshore.