Para o governador Renato Casagrande (PSB), não existe, no momento, um ambiente para uma nova mobilização grevista das forças de segurança capixaba, como a que aconteceu em 2017. Na avaliação de Casagrande, existem diversas razões que fazem com que o panorama atual seja o oposto ao de quase cinco anos atrás.
A declaração foi dada em entrevista ao ESHOJE na manhã desta terça-feira (14). A íntegra da conversa estará disponível em vídeo no canal do YouTube e nos principais agregadores de áudio, em formato podcast, na próxima segunda-feira (20).
“Não tem ambiente, tanto é que os próprios policiais disseram isso. E tem a lembrança de 2017, que foi penosa para a sociedade capixaba, e está na cabeça do cidadão e também na dos policiais. Foi muito ruim para eles”.
Entre as razões, estão, de acordo com Casagrande, o aumento de salário em 2020, “antes daquela Lei 173, que proibiu qualquer reajuste”, e investimentos. Para o governador, “não se vê ninguém reclamando de falta de investimento na área de segurança pública”.
Coronéis e entidades também descartam possibilidade
Além disso, Casagrande garante e reafirma a existência de diálogo entre o Governo do Estado e a categoria. No entanto, uma carta endereçada ao secretário Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho, com data de 30 de novembro, assinada por 15 coronéis do alto escalão da Polícia Militar (PM), expõe queixas a falta de diálogo junto ao Comando-Geral da PM, que, atualmente, é conduzido pelo coronel Douglas Caus.
Mesmo diante disso, tanto os coronéis quanto entidades representantes das forças de segurança negam a possibilidade de uma nova paralisação. Ambos os comunicados foram divulgados pela Associação dos Oficiais Militares do Estado (Assomes).
“Diante de inúmeras manipulações e distorções da verdade propagadas em redes sociais e em blogs de notícias falaciosas, vêem a público, diante da sociedade capixaba, repudiar com veemência as falsas ilações e afirmações de que o objetivo do documento […] teria relação com um suposto plano ou ameaça de paralisação dos serviços da Polícia Militar”, disse a nota assinada pelos coronéis.
Nesse sentido, as entidades também classificam os rumores, endossados por um áudio que circulou por grupos de mensagens na última semana, como “sem qualquer embasamento”, sendo o conteúdo das mensagens de “natureza criminosa e servem para tentar ilegitimar as justas e democráticas reivindicações salariais das categorias de segurança pública”.
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Foto: Divulgação/Governo do Estado – Bruno Ribeiro/ESHOJE