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Covid-19: 13 médicos foram infectados no Espírito Santo, afirma CRM

Covid-19: 13 médicos foram infectados no Espírito Santo, afirma CRM
Foto: Divulgação/Isabela Carrari

Dos 1.313 casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) no Espírito Santo, 206 são de profissionais da saúde. O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-ES) informou que 13 desses profissionais são médicos, e pelo menos um deles ficou em estado grave tendo que ir para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas já está fora de risco. Ele afirma que o Conselho está atuando intensamente para que todas as regras de segurança sejam respeitadas pelas instituições.

“Um chegou a ir para a UTI, mas graças a Deus está se recuperando. Os que foram infectados ficam em casa por 14 dias até se recuperarem e poderem voltar ao trabalho. Estamos exigindo os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e mandamos ofícios a todas as entidades, acompanhando e fiscalizando todas as instituições para garantir que eles estão sendo disponibilizados. É preciso usar o EPI adequado de acordo com a gravidade e a insalubridade da área que estão. Claro que os CTIs são mais insalubres e as áreas ambulatoriais, menos, mas de qualquer maneira a instrumentária é necessária”, frisou Celso Murad, presidente do CRM-ES.

O peso de baixa de um médico em um momento delicado como o que estamos vivendo tem um grande peso para o sistema de saúde, segundo afirma Murad. “Porque defendemos com intransigência o uso de EPIs? Porque se um médico ficar doente, perde-se um posto de extrema importância, os profissionais dessa área são em número muito menor e a substituição é mais difícil. E se tiver um nível de transmissão muito alto para este profissional, é um desfalque extremamente grave. Um médico pode assistir 10 pacientes dentro do CTI, e para substituir um médico nessa posição (qualificação em terapia intensiva ou infectologista) é bem mais difícil”, afirma o presidente do CRM-ES.

Na falta de EPIs, dependendo da gravidade da situação, o médico não é obrigado a prestar o serviço. “Nenhum médico pode ser acusado de omissão de socorro se a sua própria vida estiver em risco. Se não tiver o equipamento necessário temos as linhas de contato e o nosso portal para recebermos as denúncias. Temos o Comitê de Enfrentamento à Crise do Covid-19, que está à disposição dos colegas 24 horas, com conselheiros que dão assistência e colhem dados e informações, estabelecendo as práticas assistenciais e fiscais, fazendo valer as determinações”.

“Não sei quanto tempo vamos suportar a demanda”
Murad afirma que por enquanto o Espírito Santo tem médicos e leitos de UTI suficientes para enfrentar a pandemia do Covid-19, mas não sabe até quando será assim.

“Temos colocados a disposição no estado 688 leitos de UTI. Temos 321 leitos já ocupados pelo Covid atualmente. Precisaríamos de uns 100 profissionais, por baixo, médicos com especialidade em terapia Intensiva e, em doença contagiosa, tem que ser infectologista. Mas temos uns 130 leitos a mais ocupados por doenças não relacionadas ao Covid. Ainda estamos trabalhando dentro de uma faixa de conforto, mas não sei quanto tempo vai suportar a demanda. Isso vai depender do aumento dela”.

Em grupos de médicos de Whatsapp surgiu reclamações sobre hostilização desses profissionais por moradores dos condomínios que moram, de que seriam vetores potenciais da Covid-19. Murad afirmou que a atitude dessas pessoas é ignorante.

“É pura ignorância. Não é você subindo no elevador por alguns minutos, após uma pessoa com Covid-19 ter usado, que vá a ter o contágio. Se você for considerar todo agente terapêutico como vetor, ninguém iria a médico nenhum. O médico atende paciente com meningite, pneumonia e nem por isso sai contaminando a nossa casa. O médico que tá saindo do hospital indo pra casa, acha que iria lá se fosse contaminar filhos dele? Isso é ignorância é coisa que infelizmente depende de consciência social”, afirmou.

 

 

 

 

 

 

 

 

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