Há uma semana foi anunciado que o Podemos iniciaria o processo de expulsão da senadora capixaba Rose de Freitas. Na contramão da decisão da sigla, ela propôs emenda constitucional (PEC) e iniciou coleta de assinaturas para possibilitar a reeleição dos presidentes da Câmara e Senado Federal – respectivamente Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.
A assessoria da senadora, procurada, chegou a minimizar e ela não se manifestou. “Essa informação está muito estranha, não existe processo e dificilmente senador Alvaro Dias daria o aval a isso”, disse assessor.
Os pedidos de expulsão da parlamentar foram protocolados pela deputada Patrícia Ferraz e pelo vereador Negrão, candidatos respectivamente às prefeituras de Macapá (AP) e Itápolis (SP). Nos pedidos, eles alegam que a senadora confrontou a diretriz do partido em relação à possibilidade de reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado.
Para sair pela porta da frente, Rose de Freitas, em sessão nesta quarta (9) decidiu se antecipar e anunciou que ela vai sair. Filiada ao Podemos desde 2018, quando concorreu e foi derrotada nas eleições para o Governo do Espírito Santo, disse que apresentar um projeto faz parte de seu direito Constitucional como senadora e, dessa forma, não poderia aceitar atitude arbitrária que a impeça de propor uma discussão.
“Ao propor a PEC, estou exercendo meu direito. Como todos os projetos que tramitam no Congresso, a PEC pode ser aprovada, rejeitada ou modificada. Sua aprovação não é compulsória e, se aprovada, a reeleição dos integrantes das Mesas não é automática – o processo terá de passar por votações nominais. Assim, estou me desfiliando do Podemos por não aceitar nenhum gesto de vaidade, de autoritarismo”, protestou.