No período em que estive `a frente da Prefeitura de Vitória, (1997-2004) criamos, em conjunto com o “trade” turístico e outras prefeituras, dois pacotes para serem oferecidos no mercado de São Paulo, principal emissor de visitantes no turismo doméstico brasileiro: Rota do Sol e da Moqueca, cinco dias em Guarapari, Vila Velha, Vitória e Serra; Rota do Mar e da Montanha que contemplava também Domingos Martins e Santa Tereza. Criamos marca e produzimos folheteria de suporte além de sinalização turística nas estradas e em pontos de interesse especial.
Nossos produtos deveriam concorrer com destinos já consagrados como Porto Seguro e assim tínhamos que praticar um preço competitivo. As companhias aéreas e os hotéis faziam descontos e nossos pacotes eram promovidos em campanhas publicitárias em São Paulo que contavam com apoio financeiro da Embratur.
Os novos aplicativos de hospedagem mudaram muito o mercado mas os pacotes ainda são muito importantes principalmente quando se trata de consolidar um novo destino turístico e dar volume na baixa temporada. As opções de entretenimento e lazer além da gastronomia e demais serviços de hospedagem e alimentação são estimulados a diversificar e a se aperfeiçoar. O calendário de eventos vinculado ao pacote também vai se fortalecendo.
Precisamos cavar nosso espaço no turismo nacional e internacional e este é um trabalho intensivo em articulação das prefeituras com o governo do estado e o “trade” turístico. O turismo de negócios e de congressos já se faz presente e a concessão para o setor privado do parque de exposições vai turbinar este setor; o turismo náutico precisa desesperadamente de mais marinas e “waterfronts” e aguarda ansiosa a inauguração do Cais das Artes.
Os aeroportos regionais de Cachoeiro do Itapemirim e Linhares abrem um novo horizonte para o desenvolvimento de produtos turísticos a semelhança das “Rotas” desenvolvidas no passado pela PMV. Pacotes a serem oferecidos nos mercados emissores, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal com vôos diretos para Cachoeiro e Linhares. A região do Caparaó e o litoral sul capixaba podem se consorciar numa ou mais “Rotas” a partir de Cachoeiro. O surf de Regência, o forró de Itaúnas e o vôo livre de Pancas podem ancorar varias “Rotas” a partir do aeroporto de Linhares. Os parques naturais do Espirito Santo, administrados em parceria com a iniciativa privada para serem atrativos turísticos, como propõe Felipe Rigoni, criarão novas possibilidades de pacotes e “Rotas”.
O turismo internacional no Brasil é pequeno (menos de 2% )e metade tem origem nos países do Mercosul. Os novos pacotes podem ajudar a colocar o Espirito Santo neste nicho onde já pontificam outros estados brasileiros tais como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Devemos seguir o conselho de Nizan Guanaes e sair da invisibilidade.