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Centro de Hemodiálise de Aracruz: mais dignidade e conforto a pacientes renais

“Minha vida ficou muito melhor, agora que sou atendida no Centro de Hemodiálise de Aracruz. Aproveito mais o meu dia e a minha qualidade de vida melhorou”. A afirmação é de Aparecida De Marchi, professora aposentada de 57 anos, que há seis anos necessita fazer hemodiálise devido a uma doença renal crônica.

A implantação do primeiro centro municipal de hemodiálise em Aracruz mudou a vida da aposentada. Até o início deste ano, antes da efetivação da unidade especializada, Aparecida precisava ir três vezes por semana para Linhares, distante cerca de 60 quilômetros de casa.

Para enfrentar as três horas obrigatórias da diálise (bombeamento do sangue através de uma máquina que remove as toxinas do organismo, limpa o sangue e o devolve ao corpo), Aparecida levantava de madrugada, para sair às 4h, quando o carro da Secretaria de Saúde de Aracruz chegava para buscá-la para o tratamento. “Tinha que chegar na clínica por volta das 5h30 para iniciar a diálise às 6h. Voltava para casa em torno de meio-dia, exausta e muito debilitada por conta do tratamento, da distância e do trânsito”.

Com o a implantação do centro de tratamento em Aracruz, a história dela e a de outros 79 pacientes mudou. Aparecida mora na localidade de Vila do Riacho e, agora, leva apenas 30 minutos de casa até o local. “É muito bom. O carro me busca às 15h30h e, até às 20h30, já estou em casa. Não preciso mais acordar de madrugada. Durmo melhor e me alimento bem. Não tem mais demora, não tem mais espera”, completa a professora aposentada.

O primeiro do estado

O Centro de Hemodiálise de Aracruz é o primeiro no Espírito Santo com gestão municipal, no modelo 100% SUS. O espaço é administrado por um contrato de gestão assistencial executado pela Fundação Hospital Maternidade São Camilo (FHMSC), sob a fiscalização e acompanhamento da Secretaria de Saúde (Semsa) do município. Este contrato tem por objetivo a execução e o gerenciamento das atividades e dos serviços de saúde no Centro para assistir ao portador de Doença Renal Crônica (DRC) e Doença Renal Aguda (DRA).

A prioridade de atendimento é para pacientes da cidade e moradores dos municípios vizinhos de João Neiva, Ibiraçu e Fundão. O controle de vagas é realizado por uma Analista de Hospitalidade da Clínica, que recebe as solicitações de vagas para tratamento na unidade.

Esta demanda pode ser monitorada através da Secretaria Municipal de Saúde ou solicitada diretamente à FHMSC, como determina a Portaria nº 1.675, de 7 de junho de 2018. Atualmente, são atendidos 64 pacientes de Aracruz, dois de Fundão, três de Ibiraçu e 11 de João Neiva.

A unidade abriga 15 cadeiras de hemodiálise, sendo 14 na sala branca e uma na sala amarela. O local tem capacidade para até 1.008 atendimentos mensais. O espaço foi montado com recursos do município.

Acolhimento e alívio

A técnica de Enfermagem, Zilda Rodrigues Del Caro, moradora do bairro Vila do Riacho, também levantava de madrugada, por volta das 3h, para fazer o tratamento em outra cidade. “Não achei que o Centro se tornaria uma realidade em Aracruz. É uma bênção. O atendimento é o melhor que conheço, a equipe é muito humana, desde a recepção, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistente social, psicóloga, até as meninas da limpeza. Me sinto em casa. Sou muito bem acolhida e isso faz com que a dificuldade do tratamento fique mais leve”, conta.

Com o oferecimento do serviço, a técnica de enfermagem também ganhou em qualidade de vida. “O tratamento é delicado e a gente fica debilitada, mas agora, em 30 minutos após terminar a sessão, já estou em casa. Diferente de outros lugares, não precisamos esperar o motorista, porque ele já está na porta nos aguardando, quando termina a sessão. Isso é maravilhoso”, destaca.

Durante três anos de tratamento, Zilda usou um cateter que precisava ser substituído, causando muitas dores, além da preocupação com o risco de infecção. “Quando cheguei ao Centro de Hemodiálise de Aracruz, a equipe chamou um cirurgião vascular que avaliou minha situação e trocou meu cateter por um permanente. Com isso, acabou o incômodo e as dores. E não tenho essa preocupação de infecção através do cateter nesse momento de pandemia. Estou mais feliz”, enfatiza a técnica de enfermagem.

Estrutura e atendimento qualificados

O tempo de tratamento de cada paciente é variável. Normalmente, a dose prescrita de hemodiálise para semana é de 12 horas divididas em três sessões semanais, de quatro horas cada. Alguns pacientes podem ter a dose de diálise diminuída ou aumentada de acordo avaliação feita, mensalmente, através de exames pelo nefrologista assistente.

O serviço é prestado em regime de plantão. Em cada turno, o paciente é acompanhado por um médico nefrologista, especialista em tratamento renal, um enfermeiro e seis técnicos de enfermagem. Além da equipe de enfermagem, o serviço dispõe da equipe multidisciplinar com nutricionista, psicóloga e assistente social.

Todo serviço prestado no Centro segue as legislações vigentes para hemodiálise no Brasil. Para atender de modo seguro, a estrutura física do prédio recebeu adequações para instalação dos sistemas de tratamento de água, instalações elétricas para os equipamentos, adequação nos banheiros para atendimento a pacientes portadores de necessidades especiais.

No mês de abril deste ano, o Centro passou por adequações sanitárias e recebeu equipamentos modernos que atendem melhor os pacientes. A unidade também recebeu oito poltronas reclináveis específicas para pacientes portadores de insuficiência renal crônica ou aguda.

Cuidados na pandemia

O enfermeiro, responsável técnico do Centro, Júlio Correia dos Santos, explica que durante a pandemia está sendo realizada busca ativa diária junto aos pacientes que apresentam sinais e sintomas do novo coronavírus. “Todo paciente que nos relata por telefone algum sinal ou sintoma é avaliado antes da sessão de hemodiálise. Sendo necessário, oferecemos um box de isolamento para atender aos casos”, destaca o responsável.

Segundo Júlio dos Santos, as cadeiras da recepção estão marcadas com adesivos, proibindo assentos ao lado um do outro, todas as pessoas que entram no ambiente passam por medição de temperatura e são obrigadas a usar máscara, além de receberem todas as devidas orientações de higiene.

“Este serviço para a cidade representa um avanço enorme na atenção a saúde, principalmente, no âmbito da assistência a saúde de alta complexidade. Os pacientes renais crônicos ganharam um serviço novo, com equipamentos de ponta, próximo de suas residências, acabando com aquela rotina de acordar cedo e pegar a estrada para ter o tratamento”, conta Júlio Correia dos Santos.

Avanço permanente

De acordo com a secretária de Saúde Clenir Avanza, cada sessão de hemodiálise é vital. Segundo ela, a unidade está funcionando plenamente e os pacientes estão muito contentes com o atendimento. “Não se trata de um procedimento simples, da pessoa chegar e sentar na cadeira, pois existe todo um protocolo de atendimento e nós levamos isso muito a sério”, explica Clenir.

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