POR ALEXANDRE PASSOS
Após 100 dias de mandato, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), resume o foco de atuação nos últimos três meses em duas palavras: inovação e tecnologia.
Eleito em segundo turno com 69% dos votos, ele afirma que a gestão tem trabalhado para manter o controle administrativo, diminuir a burocracia e transformar a cidade no melhor cenário empresarial possível. O objetivo é atrair investimentos.
“Muitas empresas de Vila Velha saíram da cidade por conta da burocracia e da falta de logística. Agora, temos o dever de manter as que estão aqui, captar novos empreendimentos e repatriar as que foram expulsas nas últimas administrações”, promete.
Vereador por dois mandatos, Arnaldinho Borgo esteve na oposição ao governo do município durante a gestão de Max Filho (PSDB). Agora, chefe do executivo, ele conta que a principal dificuldade encontrada é a falta de informação. “A dificuldade vem da incapacidade administrativa de muitos anos da prefeitura de Vila Velha”, afirma.
Segundo ele, processos sumiam conforme a necessidade e interesses particulares. “Isso [falta de informação] acabou em Vila Velha. Temos que entregar para a população serviços públicos com agilidade, eficiência e eficácia. Ainda deixarei um legado para os próximos que assumirem a prefeitura: não vai ter processo perdido nem falta de informação, porque é com ela que se toma decisões assertivas”, diz.
Sobre a relação com a Câmara Municipal, o prefeito garante que mantém bom trato com os vereadores e que respeita as divergências da democracia. “Os vereadores são parceiros da administração, cada um dentro de uma atribuição. Eles não se furtam quando são chamados pela administração. A oposição me tira da zona de conforto e é um contraponto importante”.
No início do mandato, Arnaldinho Borgo exonerou funcionários comissionados que foram nomeados por ele mesmo. Questionado, o prefeito garante que as indicações têm a capacidade técnica entre os critérios de escolha.
“Cargo comissionado é livre em nomeação e exoneração. Quando acreditamos que uma pessoa não está produzindo, ela é exonerada. Servidor tem que produzir e entregar para a sociedade”, defendeu.
Investimento em infraestrutura
Ao iniciar os trabalhos na administração da cidade, Arnaldinho Borgo conta que foi necessário um trabalho de corte de gastos e ajustes fiscais. Mesmo com essas condições, há promessa de investimentos. O prefeito revela que a pandemia de Covid-19 atrasou o início de mais de 30 obras na cidade.
No entanto, segundo ele, a perspectiva é de melhora. “Neste ano de 2021, Vila Velha vai receber o maior investimento em infraestrutura de sua história”.
Com o orçamento já liberado, a administração pretende aplicar cerca de R$ 200 milhões na área, fruto de investimento próprio da cidade, por meio de impostos e financiamentos. Entre as obras, estão programadas a pavimentação de ruas, praças e a construção de unidades de saúde, creches e 16 novas escolas.
A dificuldade, no entanto, é dar ordem de serviço. “Por conta da pandemia, as empresas não conseguem fazer contratação de mão de obra para as construções”, explica.
Combate à pandemia
O prefeito atribui o andamento da vacinação contra o novo coronavírus à organização da gestão. O agendamento da aplicação das doses é realizado pela internet. “Ano passado, idosos se aglomeravam em filas por vacinas. Este ano, o cidadão entra no site, marca dia, hora e local, sem pressa, correria ou aglomeração”.
Atualmente, cerca de 70% da oferta de serviços públicos contam com sistema de atendimento eletrônico e os protocolos digitais vão diretamente para os setores responsáveis. “O município está online. Isso gera economia financeira e de tempo”.
Entre os grupos vacinados, Arnaldinho Borgo ressalta que todos os 300 profissionais da Guarda Municipal estão imunizados. Além disse, a corporação, que só tinha cinco viaturas, agora conta com mais de 30 veículos.
As medidas para o enfrentamento à Covid-19 incluem a entrega de 50 mil máscaras, 100 mil litros de álcool em gel e campanhas de orientação. No final do mês de março, a prefeitura lançou o Bolsa Aluno. Durante três meses, pais e responsáveis de matriculados na rede pública de ensino receberão um cartão com o valor de R$ 450 a serem gastos exclusivamente no comércio da cidade.
O auxílio tem o objetivo de impedir a evasão escolar e aplacar a fome das famílias em condição de vulnerabilidade, intensificada com a pandemia. Os alunos da rede municipal acompanham as aulas remotamente, por meio da plataforma “Escola Tá On”.
O prefeito afirma que tem trabalho em conjunto com o Governo do Estado. “O governo estadual está buscando salvar vidas, abrindo novos leitos e prestando apoio às unidades de saúde”, finaliza.
TEXTO EDITADO POR THAIS ROSSI