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Arsenal do crime: Serra tem mais apreensões e Linhares, maior taxa por habitantes

Município mais populoso do Espírito Santo, a Serra também lidera quando o assunto é apreensão de armas de fogo. Entre 2018 e 2023, o município concentrou 19,6% de todas as armas retiradas de circulação no estado. Já Linhares, quinto colocado em números absolutos, aparece no topo de outro indicador preocupante: registra 732,2 armas apreendidas para cada 100 mil habitantes, segundo o estudo “Arsenal do Crime: Análise do perfil das armas de fogo apreendidas no Sudeste (2018-2023)”.

O documento aponta ainda que a Polícia Militar é responsável pela maior parte das apreensões no Espírito Santo (80,8%), seguida pela Polícia Civil (14,8%) e pela Guarda Municipal (2%). O estado se destaca positivamente por ter criado, em agosto de 2019, uma unidade especializada da Polícia Civil dedicada ao enfrentamento do tráfico de armas. A Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) já realizou operações relevantes, como a identificação de oficinas de fabricação ilícita e de CACs que abasteciam o crime organizado. A atuação da unidade pode ter contribuído para o aumento das apreensões feitas pela Polícia Civil, que passaram de 12,3% para 15,8% no período analisado. Para além do volume total, delegacias especializadas têm potencial para desarticular rotas de desvio, coibir comerciantes ilegais e fechar fábricas clandestinas, gerando impacto mais duradouro na segurança pública.

Arsenal do crime: Serra tem mais apreensões e Linhares, maior taxa por habitantesArsenal do crime: Serra tem mais apreensões e Linhares, maior taxa por habitantes

Fonte: Arsenal do Crime – Análise do perfil das armas de fogo apreendidas no Sudeste (2018-2023) – Instituto Sou da Paz

Diferenças entre os estados

O estudo também evidencia contrastes regionais importantes. Minas Gerais e Espírito Santo, juntos, respondem por 82% das submetralhadoras apreendidas no Sudeste. Esse tipo de armamento, mais barato e que utiliza munição de pistola, costuma ser a porta de entrada para organizações criminosas em processo de ampliação do poder de fogo.

No Rio de Janeiro e em São Paulo, o cenário é diferente: predominam os fuzis, associados a disputas territoriais e ao arsenal de facções mais estruturadas. Já no caso das metralhadoras, São Paulo concentra 46,8% das apreensões. O índice é influenciado pelo desvio de armamento ocorrido no Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, em outubro de 2023, cuja recuperação parcial elevou as estatísticas estaduais.

Karla Silveira
Karla Silveira
Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), pós-graduada em Análise de Cenários e Marketing Estratégico.

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