A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim de semana provocou reações imediatas e antagônicas: enquanto alguns protestaram, outros comemoraram. O episódio, ocorrido em um momento-chave das articulações para as eleições do ano que vem, levanta a pergunta inevitável: qual será o impacto no tabuleiro eleitoral, especialmente nos cenários estadual e nacional?
O primeiro ponto a observar é se os diferentes campos da direita irão se unir. No Espírito Santo, por exemplo, PL e Republicanos caminharão juntos? Há acenos de aproximação, mas nada concreto.
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini — possível candidato ao governo pelo Republicanos — mantém alinhamento com a centro-direita, mas não abraça integralmente todas as bandeiras bolsonaristas, o que pode influenciar essa equação.
Outro aspecto relevante é a possibilidade de retorno à polarização intensa que marcou 2022. A detenção de Bolsonaro reacende esse ambiente e pode reorganizar os polos políticos.
Mas a principal incógnita está no eleitor de centro — silencioso, decisivo e sensível ao contexto. A forma como cada grupo político conduzir sua narrativa poderá inclinar esse público. Dependendo do trabalho de comunicação, pode ganhar força a tese de injustiça na prisão ou, ao contrário, a percepção de que a detenção foi legítima. E essa leitura pode ser determinante na definição do voto.
Até a eleição, há um longo caminho. Cada corrente usará os argumentos que mais lhe interessarem, e a disputa será marcada por uma intensa guerra de narrativas pela conquista dos votos que decidirão quem ocupará as cadeiras em disputa no ano que vem.
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Corrida I
Corrida da Cidadania, promovida pela Assembleia Legislativa nesse domingo (23), conseguiu reunir quórum bom de deputados estaduais que se arriscaram até em correr por alguns metros.
Corrida II
Um dia depois da prisão de Bolsonaro, quem esteve presente foi o deputado estadual Capitão Assumção (PL), que é monitorado por tornozeleira eletrônica.
Corrida III
Duas mulheres faziam vigília por Bolsonaro na frente da Assembleia, por sinal.
Corrida IV
O presidente da Assembleia, Marcelo Santos (União Brasil), conseguiu reunir o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Taufner, o procurador-geral de Justiça do Ministério Público estadual, Francisco Berdeal, e outras chefias de instituições.
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Avisos I
Durante missa realizada na sexta-feira (21), em homenagem à Nossa Senhora da Saúde, lideranças católicas passaram recados a políticos.
Avisos II
O Arcebispo de Cachoeiro de Itapemirim, Dom Luiz Fernando Lisboa, apontou que “quando a sociedade aplaude a matança, ela está doente”. Também frisou a necessidade de discutir política e deixar o extremismo de lado. Ainda destacou a necessidade de olhar para os mais pobres.
Avisos III
O Bispo de São Mateus, Dom Paulo Bosi Dal’Bó, foi pelo caminho de citar que “se corrupção está em cima, ela começou na base porque a sociedade permitiu”. Também disse que os candidatos precisam pautar seus projetos no Evangelho.
Avisos IV
Já o Bispo de Colatina, Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa, disse que o desastre da barragem de Mariana adoeceu toda a Diocese a qual serve. Pediu ainda orações para o planeta Terra, que está enfermo.
Avisos V
Estavam na missa políticos como o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), o deputado federal Helder Salomão (PT), e os deputados estaduais Janete de Sá (PSB) e João Coser (PT).
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Bandeira
Situação envolvendo as bicicletas elétricas deverá ser cada vez mais explorada. Políticos estão de olho na causa.
Sinais?
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), decretou, na última sexta (22), luto oficial de três dias pelo falecimento de Ilária Rossi de Vasconcelos, avó do prefeito de Colatina e presidente estadual do PSD, Renzo Vasconcelos. Como sabido, PSD e Republicanos flertam para andarem juntos nas eleições do ano que vem.
Giro
Pazolini, no fim de semana, participou da Expo Afonso Cláudio e foi ladeado pelo deputado federal Evair de Melo (Progressistas).
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Na moita
Tem pré-candidato a cargo graúdo que ainda consegue tempo para fazer viagem em família. E ainda sem ser abordado pelo eleitor. Bom ou ruim?
Tá na rede
“Jair Bolsonaro despertou um Brasil adormecido, quando muitos já nem sonhavam mais”
Evair de Melo (Progressistas), deputado federal











