A participação de trabalhadores em sindicatos caiu drasticamente no Espírito Santo nos últimos 12 anos, enquanto o número de empreendedores com CNPJ aumentou de forma consistente. Os dados são do módulo Características Adicionais do Mercado de Trabalho da PNAD Contínua, divulgada pelo IBGE.
Entre 2012 e 2024, a taxa de sindicalização no estado despencou de 23,2% para 9,1%, apesar do crescimento de 12,7% no total de pessoas ocupadas, que passou de 1,813 milhão para 2,044 milhões no período. Em 2024, eram 186 mil trabalhadores sindicalizados — menos da metade do registrado 12 anos antes.
Assim como no cenário nacional, os homens seguem mais sindicalizados que as mulheres: 9,6% contra 8,3%, respectivamente.
Mais trabalhadores com CNPJ
Enquanto a sindicalização encolheu, a formalização entre empreendedores avançou. O percentual de empregadores e trabalhadores por conta própria que atuam em empreendimentos registrados no CNPJ subiu de 25,9% em 2012 para 39,6% em 2024.
As mulheres se destacam nesse movimento: 42,5% delas tinham CNPJ no ano passado, ante 38,1% dos homens. Entre os trabalhadores por conta própria, o avanço feminino também é maior — 36,5% das mulheres tinham registro, contra 29,8% dos homens.
Já entre os empregadores, o nível de formalização permanece alto: 78,8% deles atuavam em negócios registrados em 2024.
Cooperativas têm menos associados
A pesquisa aponta também uma queda na proporção de empreendedores associados a cooperativas de trabalho ou produção. Em 2012, 8,2% dos empregadores ou autônomos participavam dessas estruturas; em 2024, o índice caiu para 6,6%.
O padrão de predominância masculina se repete: 7,5% entre os homens e 4,7% entre as mulheres.
Onde trabalham os capixabas
No setor privado, mais da metade dos trabalhadores capixabas atua no próprio estabelecimento do empreendimento: 55,3% do total em 2024. Outros 15% trabalham em fazendas, sítios ou propriedades rurais, enquanto 14,4% executam atividades em locais designados por patrão, empregador ou freguês.
As mulheres se destacam no trabalho dentro do próprio empreendimento: 68,8% delas estão nesse tipo de local de atividade, contra 47,4% dos homens.
