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Glaucoma cresce em silêncio e atinge mais cedo a população negra

O glaucoma avança sem dor, sem sinais iniciais e, muitas vezes, só é percebido quando já provocou perdas irreversíveis na visão. No Dia da Consciência Negra, o Hospital de Olhos de Vitória faz um alerta importante: a população negra tem maior risco de desenvolver a doença mais cedo e com progressão mais agressiva, exigindo vigilância constante e exames preventivos.

Entre 2024 e 2025, o HOV registrou 3.040 atendimentos relacionados ao glaucoma (CID H40). Foram 1.744 atendimentos em 2024 e outros 1.296 entre 1º de janeiro e 17 de novembro de 2025.

Como o glaucoma exige acompanhamento contínuo, os registros representam consultas e retornos — não é possível separar somente diagnósticos novos.

Doença aparece até duas décadas antes

Para o oftalmologista Romar Rogério Vallory, do Hospital de Olhos de Vitória, a data reforça um debate necessário: o impacto desigual da doença.

“O glaucoma tem prevalência mais alta na população negra e costuma surgir mais cedo, muitas vezes por volta dos 40 anos. Além disso, tende a evoluir de forma mais rápida, aumentando o risco de perda visual quando não há acompanhamento regular”, explica.

Essa combinação faz com que lesões no nervo óptico avancem sem que o paciente perceba — justamente porque os estágios iniciais não apresentam sintomas.

Silencioso e irreversível

O glaucoma compromete o nervo óptico de maneira gradual e silenciosa. A visão periférica vai diminuindo aos poucos, e a pessoa só percebe quando a perda já está instalada. Por isso, especialistas reforçam que esperar por sinais não é uma estratégia segura.

“Grande parte dos pacientes chega ao consultório em fases avançadas porque não sentiu nada de diferente. O diagnóstico precoce é o que impede que o dano avance”, pontua Vallory.

Exames simples — como a medição da pressão intraocular e a avaliação do nervo óptico — conseguem identificar alterações ainda invisíveis para o paciente.

20 de Novembro e desigualdade em saúde

O Dia da Consciência Negra traz à tona discussões sobre acesso, prevenção e desigualdade. No caso do glaucoma, isso ganha significado direto: ampliar informação e estimular consultas periódicas pode evitar que pessoas negras descubram a doença tardiamente.

Segundo Vallory, o ponto central é considerar o risco aumentado e agir antes dos sintomas. “A orientação é clara: pessoas negras devem realizar exames anuais a partir dos 40 anos. Se houver histórico familiar, a investigação deve começar ainda mais cedo”, destaca.

Prevenção é a única forma de evitar perdas

Como não possui cura, o tratamento do glaucoma tem um único objetivo: impedir que a perda visual avance. E isso só acontece quando a doença é identificada no início.

Com mais de três mil atendimentos registrados em dois anos, o Hospital de Olhos de Vitória reforça o alerta: o glaucoma segue crescendo de forma silenciosa e afetando grupos de forma desigual. No 20 de Novembro, discutir o tema é também promover cuidado, consciência e equidade na saúde.

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