Faltando pouco mais de um mês para o início do verão, a corrida contra o tempo para perder peso se intensifica. Nas redes sociais, multiplicam-se receitas milagrosas, promessas de resultados em poucos dias e dietas cada vez mais restritivas. O desejo por um corpo “pronto para o verão” faz com que muitas pessoas apostem em estratégias radicais, que nem sempre são seguras.
De acordo com o médico Danilo Almeida, pós-graduado em Nutrologia pela ABRAN e em Metabolômica pela Academia Brasileira de Medicina Funcional Integrativa, o principal problema é que essas dietas extremas ignoram o funcionamento metabólico do corpo. “Quando o organismo é submetido a uma restrição calórica intensa, ele entende que está em risco e passa a economizar energia. A consequência é a redução da massa muscular e a desaceleração do metabolismo”, explica.
Dietas com cortes drásticos de calorias ou que eliminam grupos alimentares inteiros podem até provocar perda de peso rápida nas primeiras semanas, mas o efeito raramente é duradouro. Segundo o Dr. Danilo, isso ocorre porque o corpo tende a reagir a essa escassez.
“O metabolismo desacelera, o apetite aumenta e, quando a dieta termina, a tendência é recuperar o peso perdido — muitas vezes com um ganho adicional de gordura corporal”, alerta.
Além do efeito sanfona, os riscos incluem deficiências nutricionais, queda de imunidade, perda de massa magra, queda de cabelo e distúrbios hormonais. Em casos mais graves, dietas mal orientadas podem causar desequilíbrio eletrolítico e alterações cardíacas. Segundo o médico, o acompanhamento profissional é essencial para evitar esses quadros. “Cada pessoa tem um metabolismo, uma rotina e um histórico diferentes. Dietas copiadas da internet ou de outras pessoas desconsideram essas variáveis e podem causar mais prejuízos do que benefícios”.
Devagar e sempre
O médico Danilo Almeida destaca que o emagrecimento saudável precisa estar alinhado ao metabolismo e às condições clínicas de cada indivíduo. Por isso, o ideal é que toda mudança alimentar seja feita com orientação médica e nutricional, garantindo segurança e equilíbrio.
“O excesso de peso nem sempre está ligado apenas à alimentação. Pode envolver alterações hormonais, falhas metabólicas ou carências nutricionais ocultas. É fundamental identificar as causas antes de iniciar qualquer plano de perda de peso.”
Ele reforça que o emagrecimento sustentável deve combinar alimentação equilibrada, atividade física regular, controle do estresse e qualidade do sono. “Mais importante do que emagrecer rápido é emagrecer bem — com energia, saúde e manutenção dos resultados.”
O médico reforça que cada organismo responde de forma diferente, e que o resultado mais duradouro é aquele conquistado com acompanhamento, constância e equilíbrio. “Ainda dá tempo de emagrecer até o verão, desde que o foco esteja na saúde, não na pressa. O corpo muda quando é tratado com inteligência, não com desespero”, conclui o Dr. Danilo Almeida.
7 dicas que podem te ajudar a emagrecer até o verão
A motivação para perder peso até o verão pode ser otimizada e inspirar mudanças de hábitos que vão refletir na balança não só nos próximos 30 dias, como também ao longo da vida.
- Beber bastante água. Quanto mais água o corpo recebe, mais urina produz — o que reduz a retenção de líquidos e melhora a saciedade.
- Aumentar o consumo de proteínas. “A maioria das pessoas consome menos proteína do que deveria. Alimentos como carne, frango, peixe e ovos ajudam na manutenção da massa magra e aumentam a saciedade ao longo do dia.”
- Escolher carboidratos de baixa caloria. Priorizar alimentos como batata inglesa, abóbora e feijão, além de frutas leves como melancia e melão. “Evitaria sucos — mesmo naturais —, porque concentram calorias. Apostaria em água com gás e limão e, ocasionalmente, no refrigerante zero.”
- Mover o corpo. Para quem é sedentário, o ideal é iniciar com caminhadas leves ou moderadas três vezes por semana. Já pessoas mais ativas podem incluir dois ou três treinos aeróbicos extras. “Mais movimento significa mais queima de gordura.”
- Fazer musculação. Se ainda não pratica, começar três vezes por semana; se já pratica, aumentar a intensidade. O crescimento muscular acelera o metabolismo e favorece o gasto calórico.
- Controlar o estresse. “Tire pelo menos um dia da semana para uma atividade prazerosa, longe das telas. Estar em contato com a natureza, seja na praia ou no jardim, ajuda o corpo a sair do modo de alerta e equilibrar os hormônios.”
- Dormir melhor. Buscar de sete a oito horas de sono por noite e investir na higiene do sono — desligar telas antes de deitar, evitar refeições pesadas e manter horários regulares.











