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Economista acredita no aumento da competitividade do Brasil com novo decreto de Trump

Melhorar popularidade, expansão do mercado industrial e controle da economia são alguns dos fatores que o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), Ricardo Paixão, elencou para a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que retirou a alíquota de 10% das chamadas “tarifas recíprocas” a partir de 13 de novembro.

Os indultos das tarifas foram para produtos agrícolas, fertilizantes e carnes bovinas, contemplando o Brasil – fonte de grande parte das carnes, sucos e café consumidos pelos Estados Unidos da América -, Argentina, Equador, El Salvador e Guatemala.

“Fatores colaboraram com o recuo dos EUA nessa guerra tarifária, que só leva prejuízo para todos os países, é a pressão que está enfrentando da cadeia de alimentos, os preços se elevaram bastantes e alguma associações e marcas vieram pressionando para retirar as tarifas. Lá nos EUA não há substitutos para todos os produtos, o que fazem os preços elevassem bastante. A inflação, o custo de vida é uma variável impactante que fez o governo americano rever essa conduto. Reduzir tarifas em bens de consumo é uma forma de aliviar a pressão, sem mexer na taxa de juros e em outras politicas mais sensíveis. E, por fim, a estratégia política e a negociação ampla”, detalhou Paixão.

Ricardo Paixão destacou ainda que as isenções foram decretadas em troca do acesso aos estados americanos a esses países, bem como compromissos regulatórios de trabalho, meio ambiente, produção intelectual. “É uma via de mão dupla”.

Economista acredita no aumento da competitividade do Brasil com novo decreto de Trump

As tarifas adicionais aplicadas pelos EUA em agosto provocaram prejuízos estimados em US$ 700 milhões ao setor de carne bovina, segundo estudo da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos). As vendas totais de carne e subprodutos para o mercado americano recuaram 36,4% no trimestre de vigência das medidas.

Em outubro, a retração foi ainda mais forte. O levantamento mostra que as vendas de carne bovina in natura para os EUA caíram 54% em relação ao mesmo mês de 2024. O embarque de carne industrializada recuou 20,3%, e o de sebo e outras gorduras bovinas, 70,4%.

Apesar da queda recente, o ritmo forte das exportações no início do ano fez a receita acumulada de janeiro a outubro com os EUA crescer 40,4%, para US$ 1,79 bilhão (cerca de R$ 9,5 bilhões). Segundo a Abrafrigo, os resultados seriam mais altos caso as tarifas não tivessem sido aplicadas. O crescimento do mercado de carne foi sustentado pela demanda chinesa e pela União Europeia.

Na avaliação do advogado tributarista Samir Nemer, o recuo abre uma janela de oportunidade para exportadores brasileiros. Segundo ele, a tendência de abertura comercial representa uma importância estratégica para estados exportadores, como o Espírito Santo”, afirmou.

Os impactos

Análise preliminar feita pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) indicou que 80 produtos agrícolas exportados pelo Brasil aos Estados Unidos serão beneficiados pela remoção da tarifa global. Eles representaram, em 2024, US$ 4,6 bilhões em vendas aos americanos (11% do total). De acordo com o levantamento, quatro produtos (castanha-do-pará e três tipos de suco de laranja) ficarão isentos de taxas, em razão de já estarem na primeira lista de cerca de 700 exceções abertas pelo governo americano, em julho.

“Os impactos são extremamente positivos. Recuperação da competitividade brasileira com a retirada dessa sobretaxa a mais de 200 produtos devolve a competitividade ao Brasil frente a outros fornecedores de café, carne, suco de laranja, exportadores que tinham visto margens comprimidas ou embarques adiados, e passam a ter condições melhores de preço”, avaliou o economista e conselheiro do Corecon-ES.

Ricardo Paixão diz que o país poderá ter uma recompensação dos fluxos comerciais que foram reduzidos com essa tarifação. “Boa parte das exportações desviadas para outros destinos ou temporariamente retraída tende a ser retomada. Isso ajuda a recompor a balança comercial brasileira, que é deficitária em relação aos Estados Unidos. E a gente também vai ver impactos regional setorial. Benefícios vão se concentrar em cadeias ligadas ao agronegócio exportador, setor de café, bovinos, frutas cítricas e outros. Estados com forte vocação de exportação, nesses segmentos, serão impactados positivamente, São Paulo, Minas, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e o nosso Espírito Santo também – no caso do café e sucos cítricos, é um dos grandes exportadores também, vai se impactar positivamente também com esse recuo do governo americano”.

O economista ressalta a importância de o Brasil seguir negociando, para que essa medida ultrapasse os 200 produtos listados nessa decisão recente. E, no melhor dos quadros, a retirada do tarifaço de 40% iniciado em agosto.

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