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Espírito Santo lidera crescimento de produção industrial do país com alta de 7,5% no ano

O estado do Espírito Santo (ES) liderou o crescimento da produção industrial no Brasil no período de janeiro a setembro de 2025, com alta de 7,5% em comparação ao mesmo período de 2024. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgado pelo IBGE e compilada pelo Observatório Findes 

Contexto e relevância

O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES), Paulo Baraona, destaca os avanços da indústria capixaba ao longo do ano. Segundo ele, mesmo diante de desafios do mercado interno e externo, ela se adaptou e foi em busca de novas oportunidades. “Neste anovimos um ambiente econômico desafiador, com juros altos e incertezas internacionaisO empresário capixaba vem mostrando mais uma vez sua força, resiliência e capacidade de reação diante as intempéries. Esse desempenho reforça o papel estratégico da indústria capixaba para o desenvolvimento do Estado e do país”, afirma Baraona. 

desempenho capixaba superou o de estados como Pará (4,9%)Rio de Janeiro (4,1%)Paraná (3,4%) e Santa Catarina (3,1%), que completam o ranking nacional de maior crescimento no período. 

Principais vetores de crescimento

bom desempenhcapixaba foi impulsionado pela indústria extrativa, que avançou 11,9% no período, favorecida pelo aumento na produção de petróleo, gás natural e minério de ferro pelotizadoEm sentido oposto, a indústria de transformação recuou 0,7%, com desempenhos distintos entre seus segmentos: metalurgia (+0,8%), beneficiada pelo aumento nas produções de bobina a quente e ferro-gusa, e papel e celulose (+1,6%) tiveram crescimento, enquanto produtos de minerais não-metálicos (-4,3%) e produtos alimentícios (-1,4%) registraram queda, pressionados pela menor produção de granito talhado, pedras de construção, bombons, chocolates e embutidos de suínos, respectivamente. 

Produção industrial do ES cresce com dois dígitos 

Além do bom resultado acumulado no ano, o Espírito Santo também registrou alta de 19,2% na produção industrial de setembro de 2025 na comparação com o mesmo mês de 2024, alcançando o melhor desempenho entre todos os estados pesquisados pelo IBGE. Esse foi o quinto mês consecutivo de crescimento com dois dígitos. 

O avanço foi puxado novamente pela indústria extrativa, com expansão de 29,9%, enquanto a indústria de transformação recuou 1,7%. A economista-chefe da FINDES e gerente executiva do Observatório Findes, Marília Silva, explica que o resultado reflete tanto a retomada de grandes operações, como a Samarco, quanto o crescimento das produções do navio-plataforma Maria Quitéria da Petrobras. 

“O cenário de setembro foi marcado por uma forte atividade no setor de petróleo e gás, com aumentos acima do esperado. A reinstalação do módulo de bombeio no campo de Baleia Anã, por exemplo, contribuiu diretamente para o salto na produção offshore. Além disso, o minério de ferro pelotizado também teve desempenho expressivo, reforçando o peso da indústria extrativa na composição do resultado estadual”, destaca Marília. 

Entre as atividades da indústria de transformação, apenas a fabricação de celulose, papel e produtos de papel apresentou crescimento, com alta de 6,3%. 

Desafios que geram incertezas 

O avanço da indústria capixaba contrasta com o ambiente macroeconômico do país, ainda marcado por juros elevados e incertezas fiscais. A taxa Selic permanece em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, o que pressiona o custo do crédito e afeta a capacidade de investimento das empresas. 

“Para sustentar o ritmo de crescimento, é fundamental que os empresários tenham acesso a crédito mais barato e condições favoráveis para investir. A manutenção da Selic em 15% ao ano sufoca a economia e reduz a competitividade do setor produtivo. É preciso destravar o crédito e permitir que o investimento volte a girar. O Brasil não pode permanecer isolado num contexto global em que outras economias já estão reduzindo seus juros reais”, alerta Baraona. 

De acordo com levantamento da CNI, 80% das empresas industriais apontam a taxa de juros elevada como o principal obstáculo para o crédito de curto prazo. No caso do financiamento de longo prazo, 71% citam a Selic como barreira central. 

“Se houvesse uma redução mais expressiva da taxa básica, 77% das empresas industriais brasileiras aumentariam seus investimentos nos próximos dois anos. Esse dado da CNI mostra o tamanho da oportunidade perdida. Precisamos de um ambiente mais favorável à produção e à inovação”, reforça o presidente da FINDES 

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