O episódio da operação no Rio de Janeiro causou consequências no meio político, inclusive o capixaba. Além disso, um equilíbrio chama a atenção do mercado.
Acompanhe os principais fatos e análises da semana.
Segurança I
Após a mais letal operação policial do Estado do Rio de Janeiro, o Espírito Santo, por meio de anúncio do governador Renato Casagrande (PSB), destacou um feito expressivo: a capital, Vitória, completou 50 dias sem registrar homicídios. Trata-se de um marco relevante para um grande centro urbano que convive com desigualdades sociais, tráfico de drogas e a presença de grupos criminosos.
Segurança II
“Vitória ultrapassou a marca de 50 dias sem homicídios e 64% dos nossos municípios não registraram nenhuma letalidade nos últimos 30 dias. Esse resultado é fruto de investimentos, da ampliação e valorização dos nossos profissionais e do uso de tecnologias”, afirmou Casagrande em suas redes sociais.
Segurança III
O governador ainda acrescentou: “Por meio do Programa Estado Presente, com planejamento, trabalho e compromisso, atuando lado a lado com os municípios e a sociedade, estamos avançando a cada dia para garantir mais segurança aos capixabas.”
Segurança IV
As declarações surgem em meio a recentes divulgações sobre aumento da letalidade em municípios como Vila Velha e Viana, conforme noticiado pelos colegas Vitor Vogas e Leonel Ximenes. Ainda assim, Vitória permanece nos holofotes, não apenas por ser o coração político e econômico do Estado, mas também pela rivalidade natural com o grupo do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).
Segurança V
O contraste entre os cenários fluminense e capixaba reforça que a segurança pública é um tema permanente e sensível, com reflexos diretos na rotina de todos. Trata-se do direito de ir e vir, da confiança em caminhar pelas ruas, mesmo à noite ou em locais menos iluminados.
Segurança VI
Num ambiente político cada vez mais competitivo, os grupos que disputam a preferência dos capixabas buscam destacar suas ações nessa área. As operações ostensivas, naturalmente, atraem maior atenção, mas o verdadeiro desafio da segurança vai além do enfrentamento armado: exige políticas integradas, que envolvem assistência social, educação, geração de empregos, saúde e saneamento básico.
Segurança VII
O Espírito Santo já conheceu dias bem mais violentos. Em 2009, o número de homicídios ultrapassou a marca de 2 mil: um cenário impensável diante dos índices atuais. O debate sobre segurança, no entanto, continua atravessado por visões ideológicas e interesses eleitorais, o que revela a força do tema no imaginário coletivo.
Segurança VIII
Apresentar um Estado e uma capital mais seguros é também transmitir uma mensagem de gestão eficiente, de estrutura e de organização. Cabe observar até que ponto essa percepção influenciará a dinâmica eleitoral do próximo ano.
Segurança IX
Para Folha de S. Paulo, Casagrande disse que os criminosos, lá no Rio de Janeiro, se sentem mais seguros em solo fluminense. “Quando vêm para cá, normalmente são presos rapidamente”, avaliou o socialista.
Segurança X
Ao longo da semana, logo após a operação, diversos políticos capixabas se manifestaram. Um deles, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União Brasil), foi enfático e defendeu o fechamento das divisas do Espírito Santo com o Rio de Janeiro.
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Equilíbrio I
O PSD está nos holofotes para as eleições do próximo ano. No Espírito Santo, é evidente que o partido, que abriga o ex-governador Paulo Hartung, tem sido cortejado pelos dois principais grupos políticos que disputam influência para conquistar o Palácio Anchieta. No centro dessa movimentação está o prefeito de Colatina, Renzo Vasconcelos, que comanda o PSD no Estado.
Equilíbrio II
Renzo mantém relações cordiais com o governador Renato Casagrande (PSB) e, consequentemente, com o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), apontado como principal aposta do atual governo para a sucessão estadual.
Equilíbrio III
Por outro lado, o dirigente do PSD também preserva boa interlocução com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), considerado o principal contraponto ao grupo de Casagrande e que vem recebendo elogios de Paulo Hartung como nome competitivo para a disputa ao governo.
Equilíbrio IV
O PSD, sob a condução de Renzo, observa atentamente o cenário político e avalia quais alianças podem garantir melhores condições e benefícios para o partido nas eleições de 2026.
Equilíbrio V
A filiação de Hartung, naturalmente, sinaliza uma inclinação oposicionista em relação a Casagrande, mas isso não significa que o partido seguirá obrigatoriamente nesse caminho. O ex-governador ainda não explicitou qual papel pretende desempenhar na próxima disputa.
Equilíbrio VI
O contexto vivido pelo PSD guarda semelhanças com o da federação União Progressista, formada por União Brasil e Progressistas. Enquanto o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União Brasil), demonstra preferência por Ricardo Ferraço, o líder da federação, deputado federal Da Vitória (Progressistas), ainda aguarda definições locais e nacionais antes de declarar apoio formal.
Equilíbrio VII
A posição de Renzo é ainda mais delicada. Qualquer movimento precipitado pode gerar desgastes e até prejudicar Colatina, município que depende do governo estadual para investimentos e convênios.
Equilíbrio VIII
Diante disso, o PSD adota uma postura estratégica: ganha tempo para avaliar qual chapa governista oferece mais vantagens, e até mesmo para definir se abrirá espaço ao deputado estadual Sergio Meneguelli (Republicanos) em uma eventual candidatura ao Senado.
Equilíbrio IX
Neste tabuleiro político, cabe a Renzo Vasconcelos a missão de jogar com equilíbrio, sem se comprometer demais com nenhum lado, enquanto mede forças, alianças e oportunidades para o futuro do partido.
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Foto da semana

O prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), foi a caráter para a Cavalgada Feminina, no último fim de semana. Colocou chapéu e participou do evento que integra as ações do Outubro Rosa.
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