Ontem, 18 de outubro, celebramos o Dia do Médico — uma data que vai muito além das homenagens. É um momento de reflexão sobre o significado profundo de exercer a medicina em um mundo em constante transformação. Ser médico, hoje, é estar no centro das mudanças sociais, tecnológicas e humanas que moldam o cuidado com a vida.
Ao longo da minha trajetória, aprendi que a medicina é, antes de tudo, uma escolha movida por propósito. É a decisão diária de olhar o outro com empatia, escuta e responsabilidade. Em meio às pressões e aos desafios do sistema de saúde, nunca podemos perder de vista que cada paciente é único — e que o verdadeiro cuidado começa no vínculo, não apenas na prescrição.
Vivemos uma era em que a tecnologia tem sido uma grande aliada. Inteligência artificial, prontuários eletrônicos e telemedicina ampliam o acesso, otimizam diagnósticos e tornam o cuidado mais integrado. Mas, ao mesmo tempo, reforçam algo essencial: nenhum algoritmo substitui o olhar humano. O toque, o acolhimento e a presença são partes insubstituíveis do processo de cura.
Acreditamos que saúde não é apenas ausência de doença — é cuidado contínuo, integral e humano. E esse cuidado começa pelo próprio médico. Cuidar de quem cuida é uma necessidade urgente. A rotina intensa, a sobrecarga emocional e o pouco tempo para o autocuidado são fatores que, se negligenciados, afastam o profissional do seu propósito.
Neste Dia do Médico, convido meus colegas a uma pausa consciente. Um momento para lembrar por que escolheram essa profissão — e o quanto cada consulta, cada gesto e cada diagnóstico representam um ato de amor à vida. Somos mediadores entre a ciência e o humano, entre a técnica e o afeto.
Que essa data seja, portanto, uma celebração do compromisso com o cuidado em sua forma mais genuína. E que, juntos, possamos seguir transformando a saúde — com inovação, empatia e propósito.