A técnica em enfermagem envolvida no caso do bebê José Peisino, que teve o pé queimado logo após o nascimento no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves (HJSN), na Serra, foi demitida.
A demissão foi informada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que nesta segunda-feira (29) concluiu a auditoria sobre o ocorrido. O relatório aponta que a profissional agiu individualmente, sem seguir os protocolos da unidade. Ela foi desligada do hospital em 22 de agosto, três dias após o incidente.
Segundo a denúncia da família, a técnica teria tentado aquecer o recém-nascido ao colocar um algodão aquecido na resistência do berço nos pés do bebê, o que provocou uma fagulha e causou a queimadura.
O secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, afirmou que o procedimento correto seria aquecer o recém-nascido somente com roupas e cobertores, e reforçou que a falha foi exclusiva da profissional:
“Não houve nenhuma falha na estrutura física do hospital, nem de equipamento ou elétrica, nem de procedimento do que é responsabilidade do hospital. O que houve foi uma falha individual da profissional que não se atentou aos protocolos tanto dos médicos quanto dos treinamentos que o hospital realiza”, destacou.
Com queimaduras graves no pé, o bebê José Peisino foi transferido da maternidade para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do HJSN e, posteriormente, para o Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG).
No HINSG, ele precisou ser submetido a procedimentos de remoção de tecidos e enxerto. O recém-nascido recebeu alta no último dia 25 e segue em acompanhamento médico. Até o momento, a Sesa não pode afirmar se haverá sequelas.
O diretor do HJSN, Joubert Andrade da Silva, detalhou que a técnica estava na unidade havia menos de quatro meses, em período de experiência, após passar por avaliação de currículo e exames psicológicos.
Embora o procedimento de aquecer algodão na resistência não faça parte de nenhum protocolo, o hospital adotou uma medida preventiva após o caso: espalhou cartazes de alerta sobre os riscos em toda a maternidade. O secretário Hoffmann informou que a determinação será estendida a todas as maternidades estaduais.
O relatório da auditoria, finalizado em 28 dias, será encaminhado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e ao Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) para as devidas providências.