A manifestação organizada por grupos conservadores em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), neste domingo, trouxe sinais claros sobre como o bolsonarismo segue presente no tabuleiro político capixaba.
Não é novidade que o Espírito Santo foi um terreno fértil para Bolsonaro em 2022, quando superou o presidente Lula (PT) nas urnas. O simples fato de reunir um público considerável em pleno horário de almoço de domingo revela que há um eleitorado fiel, disposto a se mobilizar diante de lideranças como o senador Magno Malta (PL), um dos principais porta-vozes desse campo no Estado.
No jogo majoritário, a hegemonia do governador Renato Casagrande (PSB) e a força política do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), indicam que a disputa segue sob o protagonismo desses dois grupos.
Ainda assim, o recado da rua aponta que há espaço de crescimento para conservadores, sobretudo nas eleições proporcionais — Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados — onde a capilaridade eleitoral e a militância organizada podem fazer diferença.
Magno Malta, por sua vez, deve intensificar esforços para transformar a filha, Maguinha Malta (PL), em um nome competitivo ao Senado. Mas, realisticamente, o terreno mais promissor para os conservadores continua sendo a representação parlamentar.
A lição central é que não se deve subestimar esse eleitorado. O bolsonarismo mantém vigor no Espírito Santo, mas quem decidirá os rumos do jogo não são apenas os que se manifestam ruidosamente nas ruas.
O peso maior virá dos que permaneceram em silêncio, avaliando fatores como economia, segurança pública e, inevitavelmente, a polarização que segue como marca da política nacional.
Ausente
Pazolini não participou dos eventos em prol de Bolsonaro, o que desagradou parte da ala conservadora.
Licenciado, mas presente
O senador Marcos Do Val (Podemos), que se licenciou do mandato para tratar de um nódulo no pulmão, esteve presente à manifestação em prol de Bolsonaro no domingo (7).
Número cabalístico
116 dias é o número do tempo de licenciamento de Do Val. Com isso, a suplente dele, Rosana Foerst (Cidadania), não será convocada para assumir o mandato, pelo tempo de licença ser menor do que 120 dias. Do Val segue recebendo salário e benefícios do cargo eletivo.
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Giro Da Vitória
O coordenador da bancada federal capixaba e presidente estadual da Federação União Progressista, Da Vitória (Progressistas), aproveitou o feriado para diálogos. Um deles aconteceu com o prefeito de Guarapari, Rodrigo Borges (Republicanos).
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Agricultura familiar I
Governo do Estado encaminhou projeto de lei à Assembleia Legislativa que institui a “Política de Compras Institucionais dos Produtos da Agricultura Familiar, pelos Órgãos e Entidades da Administração Pública Direta e Indireta do Poder Executivo do Governo do Estado”.
Agricultura familiar II
Como esta coluna já demonstrou, municípios que têm menos de 40 mil eleitores – e que têm economia altamente ligada com a agricultura familiar – reúnem em torno de um milhão de eleitores.
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Popstar
O ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça, na última semana, foi recebido com status de “popstar” em um congresso que reuniu médicos e juristas. E houve até quem o saudasse como defensor da nação. Em tempo: Mendonça foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Apoio I
Novidade não é, mas ganhou repercussão nacional. Coluna do Estadão, no último domingo (7), destacou que o ex-governador do Estado Paulo Hartung (PSD) descartou a hipótese de disputar novamente vaga ao Palácio Anchieta e avisou aos correligionários que irá apoiar o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), nessa empreitada.
Apoio II
A Coluna do Estadão também apontou o seguinte. “Diante da decisão de Hartung de apoiar Pazolini ao governo, deve crescer em seu partido a pressão para que ele dispute o Senado em 2026. Mas a disputa pelas duas cadeiras disponíveis deve ser acirrada. Casagrande também deve tentar se eleger para a Casa, além de outros seis nomes. Nesse cenário, a aposta maior entre os capixabas é de que Hartung continuará no mundo empresarial e não voltará à política. Ele foi governador três vezes e também senador. Venceu todas as eleições que disputou até hoje”.
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Na moita
Dizem que agente da política trata uma pessoa em nível superior hierárquico de forma altamente desrespeitosa.
Tá na rede
“Vitória pode ser muito mais! E eu sei que você também acredita e sonha com isso”
Karla Coser (PT), vereadora de Vitória