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Especialista capixaba alerta: “rede social não é lugar de criança”

Adultização infantil é o tema mais debatido no Brasil há algumas semanas, sendo tema de discussão e projeto de lei nacional e em diversos estados do país. Em entrevista ao programa Manhã ES Hoje, a neuropsicóloga, professora e educadora parental Lícia Asbu conversou com o âncora Jair Oliveira destacando o fenômeno em que crianças são expostas a responsabilidades, conteúdos e comportamentos incompatíveis com sua idade. Especialistas apontam que essa exposição precoce pode trazer consequências sérias para o desenvolvimento emocional e social dos pequenos.

Mas o que é adultização infantil? Segundo Lícia Assbú, a adultização ocorre quando crianças vivenciam situações que deveriam ser próprias de adolescentes ou adultos. “Uma pressão estética precoce, consumo de conteúdo adulto e até desafios nas redes sociais podem antecipar etapas do desenvolvimento. Isso rouba experiências fundamentais da infância e pode gerar adultos infantilizados no futuro”, explica a especialista.

Redes sociais, especialmente, têm um papel central nesse processo. Plataformas como TikTok e Instagram, que só deveriam ser usadas a partir dos 13 anos, acabam expondo crianças a conteúdos inadequados. Para Lícia, “rede social não é lugar de criança. Quando antecipamos essas etapas, estamos colocando em risco o desenvolvimento saudável”.

Riscos para saúde mental e segurança

A neuropsicóloga alerta que o uso excessivo de redes sociais pode levar a ansiedade, depressão e necessidade intensa de validação externa. “Uma simples dancinha no TikTok não é só diversão; ela pode ser sexualizada e fazer com que a criança se veja como adulta antes da hora”, diz. Além disso, a exposição pode atrair a atenção de pedófilos e criminosos virtuais, aumentando os riscos para a segurança das crianças.

Estudos internacionais, como o livro A Geração Ansiosa de Jonathan Haidt, mostram que crianças que usam redes sociais de forma indiscriminada apresentam aumento significativo em casos de depressão e ansiedade.

Ação coletiva e regulamentação

Para enfrentar o problema, Lícia Assbú defende uma atuação conjunta de famílias, escolas e governo. “Já tivemos avanços, como a proibição do celular em algumas escolas, que ajudou as crianças a retomarem a convivência real e interações sociais. Mas precisamos expandir isso para outros espaços e criar regulamentações claras sobre a exposição infantil online”, afirma.

Atualmente, 32 projetos tramitam no Congresso Nacional com o objetivo de proteger crianças e adolescentes das consequências da adultização digital, mas especialistas alertam que ainda falta uma campanha ampla de conscientização.

Orientações práticas para os pais

Entre as recomendações de Lícia, estão limitar o tempo de tela, monitorar conteúdos, bloquear sites e jogos inadequados, educar sobre o uso seguro da internet e dar o exemplo com o próprio comportamento digital. Ela enfatiza a importância de equilibrar a proteção virtual com o incentivo ao brincar livre, fundamental para a formação de habilidades sociais e resolução de conflitos.

“Não podemos deixar as crianças sozinhas na internet, assim como não as deixaríamos sozinhas na rua. Precisamos proteger, orientar e educar”, conclui.

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